Júri popular de caso Tatiane Spitzner é composto só por homens
No sorteio realizado para o júri popular do caso Tatiane Spitzner, que teve início na manhã desta terça-feira (4), os sete jurados escolhidos são homens. A sessão do julgamento de Luís Felipe Santos Manvailer, único réu do caso da morte da esposa, acontece no Fórum de Guarapuava (PR), onde mulheres deixaram flores na porta, com a mensagem "Tatiane presente". A previsão é que o julgamento dure de dois a três dias.
Para chegar ao júri exclusivamente masculino, houve um processo de sorteio, em que as partes têm direito de recusar três vezes as pessoas escolhidas. O Ministério Público também tem o direito de fazer três dispensas sem motivações, e o usou para dispensar três homens.
A defesa, que representa Manvailer, dispensou três mulheres que haviam sido sorteadas. Para uma delas, a justificativa foi de que ela teria curtido uma página em rede social que demonstra apoio a Tatiana Spitzner, morte em julho de 2018. As informações foram confirmadas pela assessoria do advogado e assistente de acusação Gustavo Scandelari.
Até o meio-dia, foi ouvido o delegado da Polícia Civil responsável pelo inquérito que investigou a morte de Tatiane Bruno Miranda Maciozek. Após o intervalo para almoço, a sessão deve continuar com o delegado prestando depoimento.
Manvalier responde pelos crimes de homicídio (com as qualificadoras de motivo fútil; mediante asfixia e meio cruel; e feminicídio) e fraude processual.
A acusação é de que ele teria matado Tatiane por enforcamento e, depois, jogado seu corpo da sacada do prédio onde viviam. Antes de perder a vida, ele correu atrás dela pelo estacionamento do local. A defesa nega que ele tenha cometido qualquer crime, afirma que Tatiane apresentava um quadro depressivo e teria se suicidado. O caso de violência contra mulher, conforme denúncia do Ministério Público, ganhou repercussão nacional depois que o vídeo das câmeras de segurança do prédio em que moravam veio à tona.
Esta é a quarta vez que a Justiça do Paraná tenta dar andamento ao julgamento: ele já foi adiado três vezes, em dezembro, janeiro e fevereiro, a pedido da defesa. No último adiamento, os advogados de Manvailer alegaram cerceamento do trabalho após serem proibidos de usar material que estava nos autos do processo e a multa que o juiz havia dado por "abandono injustificado" foi cassada pelo TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná). Em dezembro, o cancelamento aconteceu porque um advogado da defesa contraiu covid-19. Em janeiro, por conflito de agendas, também a pedido da defesa.
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