Vitamina C, ácido hialurônico e mais: o que cada ativo faz pela sua pele?
Basta uma breve olhada nos produtos de skincare para se deparar com os mais variados ativos. E, diante de tantos nomes, fica difícil entender qual é a função de cada um na pele. Antes de passar o cartão de crédito, o ideal é consultar um dermatologista para saber em qual investir, afinal, ele poderá indicar nomes e doses ideais. Entretanto, para que se sinta mais segura na hora das compras, das pesquisas e da leitura dos rótulos, preparamos um glossário, em ordem alfabética, dos ingredientes mais queridos. Prepare o papel e a caneta:
Ácido ferúlico
Sozinho, o ácido ferúlico não é uma grande atração. Entretanto, é na combinação com a vitamina C e E que ele brilha. Trata-se de um importante estabilizador, que ajuda a conservá-las, e ainda complementa a ação de antioxidante. O mix combate envelhecimento celular. "Também contribui para a homogeneização da pele e garante o aspecto viçoso", conta o dermatologista Daniel Cassiano, de São Paulo.
Quando usar: pela manhã, antes do protetor solar.
Ácido glicólico
O ácido glicólico faz parte da família dos alfa-hidroxiácidos, ingredientes naturais obtidos da cana-de-açúcar. Apesar da moda recente, especialmente em tônicos, ele foi um dos primeiros ativos usados pela cosmetologia. "Estimula a renovação celular da pele, melhorando a textura e a uniformidade. Também é benéfico como coadjuvante no tratamento da acne e suas cicatrizes", explica o pesquisador e farmacêutico Maurizio Pupo, de São Paulo. Tais características explicam a razão pela qual o nome costuma aparecer em rótulos de esfoliantes enzimáticos, aqueles que não contêm partículas para gerar atrito.
Quando usar: à noite, seguido de limpeza do rosto e proteção solar pela manhã.
Ácido hialurônico
Um clássico! Também conhecido pela sigla AH, o ácido hialurônico é naturalmente encontrado na pele e tem a capacidade de se ligar à água, tornando a pele elástica e firme. Tem cara de papo de química, mas quem quer gabaritar o skincare precisa saber: o AH varia em peso molecular. "Alguns estudos demonstram que oferecer mais de um tipo na fórmula, com variados pesos moleculares, pode ser benéfico por causar estímulos distintos", explica a dermatologista Flávia Addor, de São Paulo. Os mais leves alcançam maior profundidade e atuam como preenchedores, estimulando a produção natural. Já os mais pesados permanecem na superfície e se comportam como hidratantes.
Quando usar: a qualquer hora do dia, logo após a higienização do rosto, em fórmulas cremosas, em sérum ou gel. Funciona para qualquer tipo de pele a depender do veículo escolhido.
Ácido kójico
O ácido kójico pode derivar da soja, do arroz ou do vinho. Uma das aplicações mais indicadas é para controle de melasma, uma vez que ele atua bloqueando a ação de um dos aminoácidos precursores da melanina. Controlando essa quantidade, caem as chances da hiperpigmentação da pele e, consequentemente, do surgimento do melasma. Uma das vantagens dele é que não é fotossensível, ou seja, não mancha a pele caso seja usado durante o dia.
Quando usar: segundo recomendação médica, mas sem limitação de período do dia.
Ácido salicílico
Outra figurinha carimbada nas prateleiras de beauté. Ele é um velho conhecido, especialmente de quem tem pele oleosa com tendência à acne. "Está presente em diversos tipos de sabonetes, géis e séruns. É um aliado no tratamento das espinhas, cravos, produção excessiva de sebo e poros abertos. De quebra, ainda promove uma leve esfoliação e, como todo ácido, estimula a produção de colágeno", conta o dermatologista Daniel Cassiano, de São Paulo.
Quando usar: na limpeza ou na hidratação com controle de oleosidade. Há ainda versões concentradas de uso tópico, mas a aplicação exige acompanhamento especializado.
Bakuchiol
Queridinho da geração de cosméticos veganos, naturais e clean, o bakuchiol é o que se chama de "retinol-like' — ou seja, um possível substituto para derivados de retinol. A vantagem é que, diferentemente do original, é bem tolerado até pelas peles mais sensíveis e com tendência ao ressecamento. Sob outro ângulo, ainda é capaz de estimular a firmeza e evitar o envelhecimento celular por meio da ação antioxidante. Quando usar: preferencialmente à noite.
Esqualano
Até alguns anos atrás, o esqualano para a indústria cosmética era obtido a partir de um óleo de fígado de tubarão. A história mudou em meados de 2009, quando a extração foi proibida e a indústria se adaptou desenvolvendo versões veganas. Hoje, ele é obtido por processo de fermentação de oliva, amêndoas e cana-de-açúcar. Umectante e rico, tem função hidratante e ajuda na criação de um filme lipídico, que evita a perda de água e mantém a pele viçosa. Segundo as pesquisas da Biossance, marca que tem o ativo como carro-chefe, ele é biocompatível (ou seja, tem absorção facilitada no organismo) e pode ser usado em qualquer área do corpo.
Quando usar: a qualquer momento do dia, por meio de óleos ou cremes.
Niacinamida
Também conhecida como vitamina B3, a niacinamida tem aplicação anti-inflamatória, homogeneizante e renovadora. "O uso deste ingrediente melhora a textura e uniformiza a tonalidade da pele", explica Daniel. Outro atrativo é o efeito antiglicante, isto é, capaz de blindar a pele dos efeitos do açúcar.
Quando usar: prático, o ativo é incorporado em loções e séruns e pode ser usado tanto de dia quanto à noite. Peles sensíveis e oleosas também respondem bem a ele.
Pantenol
O nutriente, que também aparece nos rótulos como vitamina B5, atua na regeneração da pele e equilíbrio da produção de oleosidade. "Ele também diminui os efeitos irritativos de outros produtos, como, por exemplo, os retinoides", explica Daniel.
Quando usar: por ser um hidratante, deve ser utilizado após lavar o rosto, pela manhã ou à noite.
Polifenóis
Encontrado em produtos naturais, como os óleos de melaleuca e prímula, derivados do ginkgo biloba e da erva do chá verde, os polifenóis são antioxidantes poderosos. "Eles auxiliam no controle de manchas e melasma, protegem a pele dos efeitos da radiação solar, estimulam o colágeno e a elastina, além de ajudarem na conservação do ácido hialurônico", explica Maurizio Pupo.
Quando usar: como é um ativo antioxidante, procure usá-lo pela manhã antes do protetor solar.
Retinol
Há quem sinta arrepios só de ouvir o termo "ácido retinóico". Tratamentos mais antigos, que lançavam mão do ingrediente em peelings químicos, deixavam a pele vermelha e sensível. Hoje, entretanto, o retinol é mais popular nos frascos. Trata-se de um derivado de vitamina A, outro queridinho da dermatologia, que reduz a degradação natural do colágeno e melhora linhas, tonicidade e firmeza.
Quando usar: sob supervisão médica, em dias alternados e sempre à noite. É imprescindível manter também uma rotina de alta proteção solar.
Vitamina C
Unanimidade nos consultórios, a vitamina C é realmente efetiva para a pele. "Ela combate o fotoenvelhecimento, potencializa o protetor solar e uniformiza a pele. O uso contínuo ainda garante menos linhas de expressão e maior sensação de luminosidade", explica Maurizio. Por ser altamente instável, isto é, pode oxidar com facilidade em contato com o ar, a indústria está sempre em busca de novas embalagens e jeitos de aplicar para ampliar a vida útil dos produtos. O esforço vale à pena.
Quando usar: por ser um antioxidante, é melhor aplicá-la pela manhã, antes do filtro solar.
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