Cabelo cai mais no outono? Especialistas respondem e dão dicas de cuidados
O cabelo passa por transformações ao longo da vida — desde aquelas relacionadas às flutuações hormonais até o envelhecimento. São mudanças na densidade, textura do fio e até cor. Há também quem acredite que ele cai mais durante certo período do ano, especialmente no outono, que coincide com as trocas de folhagens na natureza. Mas será verdade?
"Não existe nenhum estudo que demonstre essa tendência de queda do cabelo no outono. As quedas acontecem quando o organismo fica debilitado e perde proteínas de alguma maneira — como após infecções graves, problemas na tireóide, pós-parto, pós-cirúrgico e pós-covid. Além disso, não acontece imediatamente após o fator desencadeante. Os fios caem de dois a três meses depois do episódio em questão", explica a dermatologista Valéria Marcondes, de São Paulo.
A associação, portanto, é um mito. Logo, diante do sinal de perda de cabelo, é preciso buscar diagnóstico adequado. "Perdemos em média 100 fios por dia. Isso é normal e esperado. Fisiologicamente, o ciclo do cabelo é o mesmo para todas as estações do ano. Um aumento discreto da queda pode acontecer caso, nas estações mais frias, o paciente tome banhos muito quentes ou aumente o intervalo entre as lavagens, agravando um quadro já existente de caspa. Quem passa dias sem lavar também pode ter percepção maior da queda, uma vez que os fios soltos se acumulam", explica a dermatologista Carolina Milanez, de São Paulo. Vale observar.
De olho no chuveiro
Se estiver gelado do lado de fora, prefira aquecer o banheiro do que a água. Temperaturas elevadas castigam o couro cabeludo, pois estimulam a produção de sebo e a descamação. Nos dias de outono e inverno, a depender da localização, temos um clima árido que também resseca os fios.
"É importante manter a frequência dos banhos e das lavagens, ainda que esteja frio ou que não tenha suado. Um cabelo constantemente sujo aumenta a sensibilidade da pele da região e faz com que ela fique mais suscetível à coceira, irritação", afirma Carolina.
Outro vilão das estações de termômetros em baixa é o secador. O uso frequente, especialmente sem proteção térmica, agride a fibra dos fios, fazendo com que fiquem mais fracos, opacos e sem vida.
"Há um fenômeno chamado 'bubble hair' que acontece quando se joga um jato quente de ar com o cabelo muito molhado. A água contida dentro da cutícula acaba fervendo e submetendo a fibra a temperaturas elevadas. O processo danifica e resseca as mechas", conta Valéria.
"Meu cabelo não é mais o mesmo"
As quedas bruscas, que começam de forma repentina e derrubam muitos fios de uma vez, são chamadas de eflúvio telógeno, uma condição autolimitada que dura de três a seis meses. Via de regra, esse recorte de tempo não é capaz de gerar falhas extensas, até porque o cabelo cai de forma proporcional por toda a cabeça.
Quem observa entradas ou sente o rabo de cavalo ficando murcho, deve ser avaliada por um profissional. É possível que seja um processo de afinamento dos fios. "Ele acontece por causas hormonais, questões genéticas e até uso excessivo de químicas. Precisa ser investigado", conta Valéria.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.