Líderes globais lançam manifesto pela ampliação do acesso ao aborto
Sete integrantes de governos de diferentes países, incluindo ministros e parlamentares, além de outros 22 ativistas pelos direitos das mulheres, divulgaram uma carta alertando para os obstáculos que surgiram durante a pandemia dificultando o acesso aos serviços de interrupção de gravidez ao redor do mundo.
O manifesto foi publicado no site do movimento She Decides ("ela decide", em português) e tem entre os signatários o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, a ministra pela Igualdade de Gênero da França, Elisabeth Moreno, e ministros do Desenvolvimento Internacional do Canadá, da Suécia e da Holanda.
Para esses líderes, no momento em que alguns países começam a "emergir do choque de uma pandemia global, a situação das mulheres e meninas corre o risco de piorar", uma vez que, durante a crise sanitária, diversos serviços de saúde feminina foram comprometidos, como os de contracepção, levando a mais casos de gestações indesejadas.
O período também criou obstáculos para o acesso ao aborto, segundo a carta, mesmo em países em que o procedimento é regularizado, por causa da necessidade de manter isolamento social e a grande procura pelos serviços de saúde devido à covid.
"Em todos os continentes, as clínicas de aborto foram fechadas durante a pandemia por serem consideradas serviços de cuidados não essenciais. Eles devem ser reabertos. Queremos ver as próximas diretrizes revisadas da OMS [Organização Mundial da Saúde] sobre aborto seguro implementadas", afirma o manifesto.
Além disso, a mensagem chama a atenção para "ataques ao direito a serviços reprodutivos legais e seguros encabeçados por grupos financiados e organizados que financiam iniciativas antiaborto em todo o mundo". Citam os manifestantes que protestam em frente a clínicas, na tentativa de intimidar mulheres que procuram os serviços, e também espalhando "desinformação".
"Estamos determinados a permanecer fortes e firmes contra esses ataques. É somente garantindo que todas as mulheres e meninas tenham pleno acesso aos seus direitos reprodutivos que podemos alcançar a igualdade de gênero. Ao desmantelar as barreiras de acesso ao aborto e a outros serviços de saúde sexual e reprodutiva e ao colocar os direitos das mulheres no centro da período pós-covid, poderemos ter um mundo onde ela decide."
A carta ainda conclama os leitores a se juntarem a uma campanha global informativa, para "mulher e meninas conheçam seus direitos e tenham acesso a informações precisas sobre suas opções. "E as mulheres precisam de independência econômica para que possam tomar decisões sobre seus próprios corpos, incluindo apoio para ter os filhos que desejam, com quem desejam e para tê-los em segurança."
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