'Minha vida não é seu pornô': Por que sul-coreanas lutam contra pornografia
Algumas mulheres têm saído às ruas na Coreia do Sul para manifestar o direito de utilizar um banheiro público, um vestiário ou até um provador de roupas sem ter a intimidade invadida com registros ilegais de seus momentos íntimos. Nos últimos anos, segundo uma pesquisa da organização Human Rights Watch, a pornografia não consensual aumentou em 16% no país.
"Mulheres e meninas nos disseram que já evitaram usar banheiros públicos e que ficavam ansiosas com o receio de haver câmeras escondidas até mesmo em suas casas. Um número alarmante de vítimas de crimes sexuais digitais disse ter considerado tirar a própria vida", relata Sra. Barr, codiretora interina dos direitos das mulheres na ONG.
Conforme revela a pesquisa, os crimes sexuais cibernéticos que violam a privacidade das mulheres representavam menos que 4% dos processos por crimes sexuais em 2008. Dez anos depois, a quantidade de casos passou de 585 para 6.615, totalizando 20% dos processos.
Um dos motivos para que os casos tenham aumentado mais de 11 vezes é a omissão das autoridades, que são formadas em sua maioria por homens, segundo relato da codiretora ao jornal britânico The Independent.
"A polícia frequentemente se recusa a aceitar queixas (das vítimas) e se comporta de forma abusiva, minimizando os danos, culpando-as, tratando as imagens de forma insensível e promovendo interrogatórios inadequados", explica.
A ativista ainda acrescenta que a "causa raiz dos crimes sexuais digitais na Coreia do Sul são as visões prejudiciais amplamente aceitas e a conduta em relação às mulheres e meninas que o governo precisa resolver urgentemente".
Ela ainda argumenta que as autoridades precisam propagar "uma mensagem clara e contundente de que mulheres e homens são iguais e que a misoginia é inaceitável".
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