Técnica de enfermagem faz meias para aquecer pacientes em UTIs de Maceió
A técnica de enfermagem alagoana Flávia Fernanda Fernandes, 32, se formou há nove anos com uma ideia em mente: ajudar as pessoas que fossem pacientes dela, não apenas com conhecimentos da área, mas como ser humano. Logo que começou a atuar em UTIs (unidades de terapia intensiva), percebeu que o frio do ar condicionado incomodava alguns pacientes. Foi então que imaginou que poderia amenizar essa sensação de alguma forma. Começou, então, a fazer sapatinhos com gaze para cada um deles.
A ideia foi compartilhada milhares de vezes quando viralizou a foto de uma paciente de 72 anos usando as meias. "Fiquei muito surpresa, porque sempre fiz, nunca pensei em postar ou que poderia gerar tanta repercussão. Estou muito feliz com as mensagens de carinho. Creio que pude tocar as pessoas e outros os profissionais", conta a Universa.
Atenção especial há quase dez anos
Apesar do contexto pandêmico, em que as boas ações são compartilhadas, a iniciativa de Flávia não é recente. "Comecei desde que comecei como técnica de enfermagem em 2012", explica. Ela diz que percebia que o frio nos pés dos pacientes na UTI. "No início, eu apenas aquecia, mas comecei a observar que essa ação impactava nas pessoas. Notava isso até em pacientes acordados", explica.
Nos sapatinhos, ainda adiciona frases motivacionais para que possam ver. "Parece banal ou rotineiro, mas faz muita diferença para quem está em uma cama de hospital", argumenta. "Já fiz inúmeras vezes, não tem como contabilizar", diz, citando que sempre recebe um carinho de volta dos pacientes assistidos por ela. "Os que estão acordados agradecem pelo atendimento e me abençoam".
Ela tenta, diariamente, oferecer conforto extra para quem está fragilizado. "Coloco músicas nos banhos no leito quando o paciente está acordado; faço hidratação com massagem na pele, faço, corte de unha, faço barba. Já fiz até sobrancelha", revela. "Mas estamos trabalhando com pacientes críticos ultimamente. Alguns deles não podemos estar mexendo muito", completa.
Pandemia afetou a rotina
Desde o início da pandemia, Fernandes passou a atuar em UTI voltada para Covid-19. A doença, inclusive, foi responsável pela morte de seu pai.
"O trabalho contra a covid é impactante e cansativo nas nossas vidas. Vemos muitos pacientes graves. Fazemos o que podemos, mas o vírus sempre leva algum paciente em nossos plantões. É muito triste", lamenta a técnica, que hoje atua em duas UTIs: do Hospital da Mulher e no HGE (Hospital Geral do Estado), ambos em Maceió.
Fernandes está terminando a faculdade de enfermagem e explica que precisa se desdobrar para dar conta das atividades do trabalho, de casa e dos estudos. "Eu tenho dois empregos, uma faculdade em que estou terminando o TCC [trabalho de conclusão de curso]. Também cuido de duas crianças. É realmente puxado", comenta.
Próxima de obter o diploma, ela confessa que está praticamente decidida em que área quer atuar quando se formar na faculdade. "Eu amo todas as áreas da enfermagem, sou realmente apaixonada pela minha profissão. Inicialmente penso em fazer pós-graduação em urgência, emergência e UTI e atuar na área como enfermeira intensivista", finaliza.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.