Imagem de Marielle é vandalizada com tinta vermelha e menção a Borba Gato
Uma imagem da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 2018, amanheceu nesta sexta-feira (30) coberta por tinta vermelha e rasurada com a frase "viva Borba Gato", no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O local, que fica entre as ruas Cristiano Viana e Cardeal Arcoverde, também recebeu os números "666", que remetem a grupos neonazistas.
Borba Gato foi um bandeirante, nome dado a grupos que capturavam a escravizavam negros indígenas, além de estuprarem e traficarem mulheres. No último sábado (24), uma estátua com sua imagem foi destruída no bairro paulistano de Santo Amaro — o ativista Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, teve prisão preventiva decretada após assumir a autoria do incêndio e afirmar que cometeu o delito "para abrir o debate".
Além da imagem de Marielle, em Pinheiros, também surgiu vandalizada uma obra no Jardim Paulista, também na zona oeste, em homenagem ao guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar, assassinado em 1969 pela Ditadura.
Ativistas e políticas se manifestaram no Twitter contra ao ataque à imagem de Marielle Franco e lembraram que, três anos após sua morte, no Rio de Janeiro, o crime ainda não foi solucionado.
Uma delas foi a vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), viúva de Marielle. Ela escreveu que o ataque em Pinheiros não atinge apenas a imagem de Marielle, mas de outras mulheres negras e LGBTQIA+, como ela.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que era amiga pessoal da Marielle, também se manifestou, criticando o fato de que outros ataques à memória da vereadora não tiveram autoria revelada.
Também repudiaram o ataque à imagem de Marielle os deputados federais Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e David Miranda (PSOL-RJ), a deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP), a vereadora Érika Hilton (PSOL-SP) e o ex-candidato à presidência e à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP). Leia:
Ataques à memória de Marielle
Essa não é a primeira vez que uma imagem de Marielle Franco pé vandalizada desde sua morte, em março de 2018.
Meses depois do crime, dois candidatos do PSL nas eleições de 2018 arrancaram e quebraram uma placa de rua em homenagem a Marielle, no Rio de Janeiro — na época, Rodrigo Amorim, que concorria a uma vaga na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e Daniel Silveira, que disputava uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ambos foram eleitos.
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