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Quer engravidar? Veja cuidados e exames para preparar o seu corpo

Entenda os exames principais que devem ser feitos por quem quer engravidar - iStock
Entenda os exames principais que devem ser feitos por quem quer engravidar Imagem: iStock

Eligia Aquino Cesar

Colaboração para Universa

02/08/2021 04h00Atualizada em 17/05/2022 18h24

Com a vacinação contra a covid-19 avançando no Brasil, muitas mulheres estão planejando engravidar. Porém, antes de levar o sonho adiante, o ideal é procurar um médico ginecologista e obstetra para saber como está a saúde e também entender que cuidados são indispensáveis às futuras gestantes.

"Quando uma mulher quer engravidar, sempre temos que pensar que a gestação é algo que vai mexer muito com o organismo dela e que, por isso, a futura mamãe tem que estar bem de saúde", pontua o médico Renato Gil Nisenbaum, que atua nos hospitais Albert Einstein, Samaritano e São Luiz Itaim e na clínica Arium Saúde.

Essa necessidade ocorre porque não é só com os meses durante a gravidez que as mulheres devem se preocupar: é preciso entender como o corpo está antes e prepará-lo para o desafio da maternidade. O mesmo vale para o parceiro ou parceira da mulher.

"Embora a mulher passe nove meses carregando um bebê e sofrendo alterações no organismo, é importante que o parceiro dela também se submeta a um check-up antes da gestação", acrescenta o ginecologista e obstetra Lucas Henrique Barça, do Centro de Ginecologia e Obstetrícia Mourad e Pinheiro.

Exames para fazer antes da gravidez

Para uma paciente que na primeira consulta tem a saúde avaliada como boa, Nisenbaum indica um check-up para verificar se ela está com anemia, se os rins estão funcionando corretamente e como está a função hepática. Além disso, é pedida também uma avaliação sorológica para averiguar se ela teve ou tem alguma infecção e se está imunizada contra determinadas doenças.

Nisenbaum destaca que é muito importante avaliar ainda a tireóide da mulher que deseja engravidar. A glândula localizada no pescoço libera dois hormônios, o T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina), que regulam a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Quando ela produz mais hormônios do que deveria, ocorre o quadro de hipertireoidismo, já quando a produção é abaixo do normal, o paciente é diagnosticado com hipotireoidismo.

"Sabemos que hipotireoidismo e hipertireoidismo têm relação com insucesso, tanto no que concerne à infertilidade quanto ao aumento nas taxas de abortamentos'', esclarece ele, que ressalta ainda a importância de conhecer o tipo sanguíneo da gestante para, assim, identificar se a paciente precisará ter algum cuidado especial em relação a incompatibilidade Rh, causadora de uma doença que leva os anticorpos da mãe a destruir os glóbulos vermelhos do feto.

Ácido fólico

O médico ainda alerta que há evidências científicas mostrando que o uso de ácido fólico nos três meses antes de engravidar e também no primeiro trimestre da gestação diminui significativamente o risco do bebê ter um defeito congênito, que faz com que a medula espinhal não se desenvolva corretamente.

"É super importante que toda mulher em idade fértil que não esteja evitando a gestação use ácido fólico em dose baixa pensando na prevenção da mielomeningocele", diz Nisenbaum.

Ainda que seja possível encontrar ácido fólico em alguns alimentos, como em vegetais de coloração verde-escura, fígado e em algumas frutas cítricas, é difícil atingir o nível desejado da vitamina B9 — como também é conhecido o ácido fólico — para proteção do feto só por meio do consumo deles.

Xô, sedentarismo!

Nisembaum destaca que a primeira consulta é fundamental não só para conhecer a paciente, mas para entender se é necessário algum cuidado específico.

"Se ela fala que está sedentária, que tem dificuldade em subir escadas, falta de ar, já pensaria em exames para avaliar a parte cardiológica. Se houver uma queixa que me faça pensar na possibilidade dela ter diabetes indico exames específicos pensando nesse problema e assim por diante", diz, exemplificando que a sinceridade da paciente nesse primeiro contato ser muito importante.

Já Barça complementa, dizendo que cabe ao médico também questionar a respeito de hábitos, que para muitos pode ser considerado de foro íntimo, como uso de medicamentos contínuos, hábitos alimentares e consumo de cigarros, álcool e drogas.

"É importante também começar nesse momento o controle da pressão arterial da mulher para identificar possíveis patologias que venham a interferir em uma gravidez, causando riscos a ela e ao bebê, caso a gestação se concretize", aponta.

Em meio a isso, Nisembaum afirma que mulheres que se exercitam, normalmente, têm uma gravidez mais tranquila, com menos falta de ar, dores e cansaço. "Então, quem deseja engravidar e está sedentária, o ideal é que comece com as atividades físicas antes da gestação", aconselha.