Paula Fernandes: "Fui tachada de antipática durante muitos anos"
Se hoje o momento do dia em que Paula Fernandes se sente mais bonita é quando levanta da cama e se olha no espelho, sem estar produzida ou maquiada, o caminho da aceitação foi longo até chegar a esse ponto. A cantora é a convidada do último episódio desta temporada do "E aí, Beleza", talk show de Universa apresentado pela maquiadora Fabi Gomes — que estará de volta em setembro. Na conversa, Paula, que também é compositora, relembra os altos e baixos de autoestima que teve ao longo da carreira.
Fã das maquiagens para os olhos, em especial das máscaras de cílios, ela conta que nem sempre usou os produtos como forma de ressaltar sua beleza, mas sim "corrigir" o que antes considerava imperfeições. "Antes tinha uma preocupação demasiada. Achava meus olhos pequenos, por isso colocava cílios postiços muito grandes, pesava na maquiagem para subir ao palco", avalia. Atualmente, acredita ter vencido muitos de seus complexos. "Com o passar do tempo e mais segurança, acabei me tornando mais básica. Não saio sem rímel e sem um delineado básico para dar aquele astral no olho", conta.
Fama de antipática
De volta ao passado, Paula acredita ter adquirido uma fama a qual ela não faz jus: a de antipática. A princípio, por fazer exigências que não combinavam com o ambiente predominantemente masculino da música sertaneja, tais como ter fácil acesso a um banheiro nos bastidores e pedir que os palcos não fossem irregulares, já que sempre se apresentou de salto alto.
Ela associa essa fama também à equipe que acompanhou sua carreira nos primeiros anos. "Eu não tinha uma boa gestão, uma direção. Tudo era mal feito. Eu passava quase cem por cento do tempo no camarim, blindada, sem saber o que acontecia do lado de fora. Muitas vezes, meus produtores eram mais estrelas do que eu", brinca. Para ela, essa imagem só foi se transformar quando passou a ter mais autonomia e "dar mais a sua cara" para as situações.
Depressão e superação
A cantora relembra uma das fases mais delicadas da sua vida, quando encarou uma depressão. "Foi um momento de desequilíbrio real. Escolhi a janela e achei que ia pular, cheguei ao nível máximo. Muita gente não entende que é algo químico, que te priva de tudo, inclusive de raciocinar", diz. Além do apoio da família, para superar o transtorno, a cantora precisou vencer o preconceito de ir a um psiquiatra e tomar medicações. "A partir dali, metade do caminho andado. Só tinha que administrar mais cinquenta por cento, que é a mente".
Atualmente, ela afirma que se permite chorar e ter dias ruins, em especial em razão da pandemia. "Sou um ser humano, às vezes me pego naquela bad. Mas estou mais positiva, também por uma questão de maturidade", aponta.
Cobrança por uma perfeição
Paula diz ainda que, em determinados momentos, se sente cobrada para corresponder a uma expectativa irreal do público: a de que pode ser perfeita. "Como eu vou explicar para uma pessoa que, por trás dessa artista existe uma pessoa igual a ela? Sinto que sou muito cobrada por algo que nunca vou ter. As pessoas tinham que perder essa esperança que projetam em cima dos famosos. No fundo, somos todos iguais", diz.
"E aí, Beleza?" estará de volta em setembro
Os episódios do "E aí, Beleza?" vão ao ar sempre às quartas, às 20h, no Canal UOL. A maquiadora e colunista de Universa Fabi Gomes recebe mulheres de opinião e com trajetórias inspiradoras de diversas áreas, para falar sobre os desafios femininos no mercado de trabalho, maternidade, política feita por e para mulheres e ainda dá dicas de maquiagem.
Este foi o último episódio da temporada, que estará de volta no mês de setembro.
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