Conheça a empresa carioca de obras e reparos que só atende pessoas LGBTQIA+
Quando Chris Carvalho, 36, estudava engenharia civil na PUC do Rio de Janeiro, ele se deparou com uma situação de preconceito envolvendo duas amigas lésbicas que haviam sido desrespeitadas por funcionários de uma empresa de instalação de ar-condicionado.
Ele, que é um homem trans, já tinha planos naquela época de criar um negócio para o público LGBTQIA+, mas o episódio infeliz com as amigas fez com que tirasse a ideia do papel. Em 2016, ele pôs o projeto em prática criando a Arco-íris Obras e Reparos, empresa de obras e reparos que atende exclusivamente a pessoas LGBTQIA+ e mulheres. Os serviços prestados vão de instalação elétrica e hidráulica e pintura à montagem de móveis.
A empresa também só emprega pessoas LGBTQIA+: são 14 colaboradores que exercem as mais diversas funções. "Contamos com duas mulheres cisgênero, quatro pansexuais, duas mulheres trans, três não-binários [pessoa que não se identifica nem com o gênero masculino nem com o feminino], dois gays, uma lésbica e eu, que sou homem trans", diz ele, que fez o seu transicionamento aos 28 anos, a Universa.
Propostas de homens cisgênero são recusadas
Segundo o empresário, o negócio teve um retorno imediato, superando suas expectativas ao apostar em um nicho específico — e o sucesso se deve ao respeito e à segurança passada à clientela. Atualmente, a Arco-íris, cuja sede fica em Ipanema, atende de 10 a 15 clientes por semana.
Há três anos, Ivanilda Figueiredo deixa sob os cuidados da Arco-íris as obras em seu apartamento localizado no centro do Rio . "Sempre me senti insegura com pedreiros vindo na minha casa e me tratando como idiota. Muitas vezes nos sentimos enganadas, mas temos dificuldade de argumentar diante de um problema, sem contar que o fato de ser solteira já gerou muitos olhares e insinuações", diz ela, que reformou o imóvel adquirido há pouco tempo.
Na Arco-íris de vez em quando chegam propostas de orçamento feitas por homens cisgênero, mas são recusadas. "Explicamos com educação e agradecemos, pois a empresa só atende ao público LGBTQIA+ e mulheres". Atender a esses homens, diz, seria quebrar a confiança das pessoas para qual a empresa foi idealizada.
Se a demanda de trabalho é alta, falta mão de obra LGBTQIA+ e feminina especializada na área de construção civil. Por isso está nos planos de Carvalho criar uma oficina de capacitação para dessa forma gerar emprego e suprir a demanda nos negócios.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.