Em vídeo, atriz cita machismo em 'permissão para DIU': 'Corpo é da mulher'
Você já imaginou se todas as decisões sobre métodos contraceptivos e cuidados durante o período menstrual da vida de uma mulher tivessem que ser autorizados pelo parceiro dela? Parece roteiro de filme, mas se trata de uma exigência real de planos de saúde, que exigiram liberação dos maridos para que mulheres casadas fizessem a inserção do DIU, segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo na última semana. A conduta foi contestada por especialistas de diferentes áreas, caso da advogada, coordenadora do movimento MeTooBrasil, e colunista de Universa Isabel Del Monde, que explicou a ilegalidade e os riscos da conduta.
Já para a atriz Livia Lagatto, que compartilha vídeos de humor com seus mais de 100 mil seguidores, a notícia serviu como ponto de partida para elaborar um vídeo contestador, que trata do assunto com ironia e foca no lema "Meu útero, minhas regras".
"Depois que vi essa exigência da autorização pelos planos de saúde, fiquei me perguntando: o que é óbvio nisso? Ela diz que a mulher é adulta, mas não pode decidir sobre o próprio corpo", argumenta.
A gente vem numa toada de retrocessos, em que o homem está decidindo o que a mulher faz ou deixa de fazer em relação ao útero, e isso é considerar que ela não tem autonomia sobre o próprio corpo.
"Amor, autoriza o coletor?"
Na publicação, visualizada por mais de 130 mil pessoas, Livia ironiza pedindo autorização para tudo que fizesse com o corpo: o uso de coletor menstrual, de medicamentos para cólica e até das pílulas do dia seguinte que tomou porque o hipotético parceiro dizia que a camisinha apertava durante a relação sexual (Universa já comprovou que os preservativos masculinos têm capacidade de revestir objetos maiores do que o tamanho médio do pênis do brasileiro, vale lembrar).
Inspirada na "xerecada" das Olimpíadas
A humorista analisa que o humor feito por mulheres é um caminho para criticar o machismo que existe na sociedade. Falar com naturalidade sobre questões femininas, avalia, é uma saída para que a discussão sobre direitos do corpo da mulher avance.
"A gente precisa normalizar isso, não só falar que tem que colocar o 'pau na mesa', mas como fez a campeã do skate Karen Jonz, comentando as Olimpíadas, falando que a atleta 'xerecou no campeonato'. Temos é que colocar a 'xereca' na mesa", brinca.
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