Enjoo, vômito e varizes: veja os sintomas mais comuns da gravidez mês a mês
Se você já acompanhou alguma novela ou assistiu a um filme romântico, certamente já viu uma cena na qual a mocinha, ao sentir enjoos e tonturas diante de alguém, recebe um diagnóstico caseiro que normalmente a deixa espantada. Não, ela não está com uma intoxicação alimentar, mas, sim, grávida. Na vida real são necessários exames para confirmar a suspeita, mas a ficção não está totalmente errada ao associar esse mal-estar a uma gravidez.
Claro que há mulheres que não sentem absolutamente nada durante a gestação, mas há também aquelas que sentem enjoos, dores, sonolência ou até mesmo dificuldade para dormir. Fabio Broner, ginecologista do Hospital Albert Sabin, em São Paulo, explica que, assim como as mulheres são diferentes umas das outras, é natural que as gestações também sejam distintas.
"Podemos citar alguns exemplos que ajudam a explicar essas diferenças como: sensibilidade à dor, sintomas hormonais, perfil biofísico e hábitos alimentares", diz Broner, emendando que patologias como diabetes, hipertensão e problemas de tireoide também podem ser indicadores de algum mal-estar e explicar porque algumas mulheres sofrem mais do que outras durante a gravidez.
Cada gestação é única
A assistente social Bruna Ferreira, 34, por exemplo, mesmo tendo uma gestação tranquila, não escapou de alguns sintomas desagradáveis no período em que esperou Vicente, que nasceu em abril de 2020.
"Senti um pouco de enjoo e umas dores abdominais relativas à expansão do útero. Também tive sono, moleza e muita preguiça, sendo que no final da gestação, o cansaço era predominante", relata.
Já a comerciante Elizete Reis, por outro lado, conta que não teve sintoma algum nas enquanto carregava na barriga os dois filhos, mas que o final das gestações parecia uma preparação para o que viria após os partos.
"Não achava posição para dormir e acordava muito durante a noite. Sentia como se fosse um alerta do meu corpo, dizendo que após o nascimento do bebê realmente não poderia dormir como antes", recorda.
Broner esclarece que cada fase da gravidez tem incômodos específicos. No primeiro trimestre, por exemplo, é muito comum que as gestantes sintam náuseas, tenham vômitos, dor de estômago, insônia, falta de apetite, sono incontrolável e perda de peso.
Com o objetivo de ajudar as futuras mamães a entender melhor as mudanças do próprio corpo durante a gestação, a ginecologista e obstetra Camilla Pinheiro, do Centro de Ginecologia e Obstetrícia Mourad e Pinheiro, explica detalhadamente como esses incômodos ocorrem mês a mês.
Por mais que esses "sintomas" sejam considerados naturais, é importante que as gestantes fiquem atentas e procurem um médico se o incômodo for persistente ou para pedir orientação na busca por melhora. Como já foi dito aqui: cada gestação é única.
Primeiro mês de gravidez
A sensação é parecida com o período pré-menstrual: os seios ficam doloridos, o ventre pesa, o cansaço aumenta e, devido às mudanças hormonais, a mulher pode ficar um pouco nervosa.
Segundo mês de gravidez
As náuseas e vômitos podem continuar e algumas gestantes descrevem prisão de ventre, além de sentirem o apetite diminuir e o cansaço aumentar. "A mulher fica mais sensível nesse período", destaca Pinheiro.
Terceiro mês de gravidez
A principal mudança aqui é a diminuição de alguns dos incômodos que costumam mexer bastante com a mulher. Os enjoos e vômitos, comuns na maioria das gestações, diminuem substancialmente com o fim do primeiro trimestre.
Quarto mês de gravidez
O início do segundo trimestre marca uma fase de maior estabilidade, pois os incômodos iniciais tendem a desaparecer. Se a futura mamãe tinha perdido o apetite, por exemplo, a tendência é que ele volte. "É preciso atenção para manter uma dieta equilibrada e não exagerar nas guloseimas. Nada dessa história de comer por dois", destaca a ginecologista.
Quinto mês de gravidez
Algumas mulheres podem apresentar desconfortos, tais como inchaços, varizes, cãibras musculares e um pouco de dor lombar. É muito comum haver ganho de peso nessa fase. Se a gravidez estiver transcorrendo tranquilamente, a mulher deve conversar com o ginecologista sobre a prática de exercícios físicos leves.
Sexto mês de gravidez
O útero é um órgão que fica localizado acima da bexiga, o que diminui a capacidade de armazenamento de urina da mãe com o avanço da gestação. Essa é uma das justificativas para as idas ao banheiro aumentarem conforme os meses passam.
Sétimo mês de gravidez
É normal sentir leves contrações do útero. "Isso acontece por causa do endurecimento da pele da barriga, resultando em leves puxões", explica Pinheiro. O corpo da mulher começa a se preparar para o parto, fazendo com que haja um afrouxamento do tecido conjuntivo, em especial, na região da bacia.
Oitavo mês de gravidez
A ginecologista destaca que nessa etapa "o feto faz pressão contra o diafragma e, por isso, o estômago também trabalha mais lentamente". Além disso, é normal que a mulher sinta uma pressão maior sobre a base da bacia e a sensação que o estômago diminuiu.
Nono mês de gravidez
Com o parto se aproximando, a gestante terá dores lombares e notará que muitos movimentos, antes feitos normalmente, estarão mais difíceis e limitados.
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