Mari Ximenes: 'Por muito tempo fomos chamadas de loucas. Agora isso acabou'
"Muitas vezes, as mulheres não têm consciência de que estão em relação tóxica", afirma Mariana Ximenes, protagonista da comédia romântica "L.O.C.A. - Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor", que estreou hoje nos canais e plataforma de streaming do Telecine. Além de Mariana, o longa, que fala sobre como relacionamentos amorosos podem atingir a autoestima e a sanidade da mulher, ainda tem Debora Lamm e Roberta Rodrigues no elenco. A produção foi dirigida Cláudia Jouvin e tem uma equipe predominantemente feminina.
O filme conta a história de três mulheres que se conhecem em uma reunião da L.O.C.A, a Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor. A trama começa quando, depois de alguns encontros da Liga, as protagonistas descobrem compartilhar do mesmo passado sombrio em relacionamentos amorosos e — juntas — decidem criar planos mirabolantes para se vingar dos ex-parceiros. "Durante muito tempo nós, mulheres, fomos chamadas de loucas e aceitamos ter diversos tipos de relações abusivas (não só amorosas). Agora, a gente entende que — acima de tudo — temos que nos amar", afirma Mariana, em entrevista a Universa.
Relacionamentos podem ser uma aventura romântica, ou um total pesadelo. Quando o namoro passa a ser tóxico, o melhor a ser feito é terminar - mas nem sempre é fácil sair desse tipo de relação, principalmente quando um dos parceiros é abusivo. A importância das amizades e de uma rede de apoio para ajudar a vítima a escapar dessa configuração amorosa é a mensagem principal do filme. "Terapia também ajuda", comenta a atriz.
União faz a força
Mariana Ximenes interpreta Manuela, que apaixona-se por Carlos, seu orientador de mestrado, um homem mais velho (interpretado por Fábio Assunção). Apesar de não querer assumir o relacionamento com a aluna, também não deixa a mesma seguir a sua vida de solteira.
Quanto mais você tem amigas do seu lado e consegue uma rede sincera de apoio, mais você pode se proteger e ajudar umas as outras - Mariana Ximenes
"Acho que muitas vezes as mulheres não têm consciência de que estão nesse tipo de relação tóxica, então é sempre bom ter amigos que possam te alertar sobre a situação; além disso, uma boa análise - terapia — também ajuda", comenta a atriz.
Manuela é uma jornalista que vai parar no "L.O.C.A." por causa de uma reportagem e, ao fazer o teste para entrar na Liga, percebe que está perdendo a sanidade por causa de seu relacionamento amoroso.
"Durante muito tempo nós, mulheres, fomos chamadas de loucas e aceitamos ter diversos tipos de relações abusivas (não só amorosas). Agora, porém, a gente entende que, acima de tudo, temos que nos amar, recuperar a nossa autoestima, nosso amor próprio para depois começarmos a amar alguém e ter uma relação mais saudável, seja amorosa, no trabalho", comenta a atriz ao ser questionada se, assim como Manuela, também já havia "ficado louca" por causa de um relacionamento. Este tipo de comportamento — em que a mulher passa a duvidar de si e da própria razão por causa do parceiro — tem nome: gaslighting.
Acho que o filme é uma forma de alertar o público: se você acha que pode estar sofrendo algum tipo de violência no seu relacionamento, denuncie, alerte a sua amiga e não permita mais isso - Mariana Ximenes
Mariana, que também está na TV com a novela "Nos Tempos do Imperador", no horário das 18h na rede Globo, chama atenção para a palavra "louca" e afirma que o filme traz uma ressignificação para o termo. "Louca agora é aquela que reage às pessoas que querem a calar. A gente precisa colocar nossas opiniões, nossas expressões, de forma firme".
"Filme só foi possível graças à evolução do feminismo"
Assim como Mariana, Debora Lamm, que interpreta Elena, acredita que "L.O.C.A." não aborda um assunto novo, mas um tema que merecendo destaque. "Antigamente as pessoas viviam relações abusivas constantemente, mas não tinham nome. Foi graças ao feminismo atual que as pessoas começaram a identificar os próprios limites emocionais", fala.
Foi com base em lições do feminismo - e em experiências pessoais — que a diretora do longa Claudia Jovin conduziu a produção: "já passei por relações tóxicas e por situações terríveis que fizeram eu questionar a minha sanidade" afirma. "Relações abusivas existem e tudo bem assumir que já esteve em uma. A maioria das vezes a gente fica com vergonha de falar sobre, então quando tratamos do assunto no formato de comédia, isso permite uma maior identificação do público".
A produtora Carolina Jabour resume o espírito do filme, : "L.O.C.A. é uma história sobre mulheres fortes que não aguentam mais estar em relacionamentos abusivos e simplesmente explodem". O longa está disponível na plataforma de streaming do Telecine.
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