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Lan Lanh: 'Sempre quis ser mãe. Quando a gente vê o positivo, muda tudo'

Nanda Costa e Lan Lahn anunciam gravidez de gêmeas - Rê Duarte/Divulgação
Nanda Costa e Lan Lahn anunciam gravidez de gêmeas Imagem: Rê Duarte/Divulgação

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

26/08/2021 04h00

"Quando a gente vê o positivo, muda tudo", diz Lan Lanh, em entrevista a Universa, a menos de dois meses de se tornar mãe. A percussionista aguarda o nascimento das filhas gêmeas, que estão há sete meses na barriga da mulher, a atriz Nanda Costa.

"Eu sempre gostei de criança, sempre quis ser mãe, mas passei 30 anos na estrada, emendando uma turnê em outra, meu tempo de gestar foi passando e acabou acontecendo agora, aos 53 anos", diz. "Fico me perguntando se existe momento certo para ser mãe, se teria sido melhor quando eu tinha 25, 30 anos, mas não tem essa, está sendo tão bom agora".

O casal anunciou a gravidez há dois meses, no Fantástico. A Universa, Lan Lanh contou que boa parte dos amigos e familiares souberam da notícia pela televisão.

"Eu nunca sofri violência por conta da minha sexualidade, mas muita gente sofre, e tornar isso público foi uma tentativa de mostrar a nossa família natural como ela é, e de trazer representatividade para famílias como a nossa".

A gestação, primeira das duas, aconteceu após três tentativas de fertilização in vitro — para comemorar, Lan Lanh compôs a música "Duas Mães" de presente para a mulher. "Não tenha medo/nós somos fortes/tem duas mães/você tem sorte", diz a letra.

"Quando fiz essa música, não imaginava trazer tanta representatividade. E o que mais me emocionou foi receber o retorno dos filhos de dupla maternidade. Recebemos tantas mensagens de crianças, meninos e meninas que têm duas mães, que fomos nos conectando a outras famílias como a nossa", lembra a percussionista.

"Vamos deixar um terreno mais bonito para nossas filhas"

Lan Lanh e Nanda Costa tornaram o relacionamento público há três anos, mas estão juntas há sete, e sempre sonharam em ter filhos.

"Com o tempo, firmamos nossos pilares. Fizemos a união estável, depois convertemos em casamento civil, justamente pensando em ter filhos, registrá-los em nossos nomes, um direito conquistado há tão pouco tempo no Brasil", diz.

Ela continua: "Todo mundo pergunta como vai ser criar essas crianças em meio a tanto preconceito, mas a gente vai continuar caminhando com muito respeito, com essa coragem que a gente tem de viver, de ser feliz."

Lan Lanh diz que "a gente já andou muito nas nossas conquistas [enquanto movimento LGBTQIA+], mas ainda temos muito o que avançar".

"Eu celebro cada conquista, mas acho que a gente tem que ficar sempre ligada, sempre atenta para seguir em frente e não perder os direitos que já foram conquistados. Vale a pena, porque vamos deixar para as nossas filhas e nossas netas um terreno muito mais bonito, mais igual e mais justo do que aquele por onde eu caminhei."