Golpe contra mulheres pede foto de seios pós Pfizer para suposta pesquisa
Um e-mail recebido por moradoras de Florianópolis, em Santa Catarina, pedia fotos íntimas de mulheres que tomaram a vacina da Pfizer contra a covid-19, sob pretexto de coletar imagens para uma pesquisa de "controle" sobre os efeitos colaterais do imunizante.
As mensagens eram enviadas por um suposto endereço eletrônico da prefeitura da capital catarinense, que foi às redes sociais na tarde de ontem para negar o envolvimento com o pedido e alertar a população sobre o golpe.
"Fake News. É falsa a informação de envio de e-mail de cunho sexual pedindo quaisquer fotos sobre a vacinação contra a covid-19. Orientamos a população a sempre checar a origem das informações enviadas em veículos confiáveis e nas nossas páginas oficiais", destacou a administração municipal.
Na mensagem enviada às potenciais vítimas, os golpistas afirmavam que a Secretaria de Saúde da cidade havia identificado a mulher como uma das imunizadas com Pfizer.
"Como medida de controle e estudo, informamos que nós, assessores voluntários, estamos recebendo informações sobre os efeitos colaterais que a administração do imunizante pode apresentar nas pessoas. Por esse motivo, solicito que a senhora, nos próximos 7 dias, envie fotos dos seus seios para conferir se o efeito colateral de crescimento dos seios se manifestará em seu organismo", explica a suposta autoridade.
No e-mail, o remetente usa o nome "Prefeitura de Florianópolis" e a logomarca do Executivo municipal como foto de perfil.
Universa entrou em contato com a assessoria da prefeitura para pedir mais informações sobre denúncia e possível identificação dos responsáveis pelo golpe, mas até a publicação da matéria não houve retorno. Se houver, o texto será atualizado.
A lenda de que a vacina da Pfizer tem como efeito colateral o aumento das mamas começou com jovens na Noruega e logo se espalhou pelo mundo. Em coluna no UOL, a jornalista Lúcia Helena entrevistou especialistas para explicar que, na verdade, a impressão pode ser apenas parte da reação inicial do corpo ao imunizante, pelo processo inflamatório que faz parte da construção de defesas imunológicas.
O mastologista Vilmar Marques de Oliveira, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, explicou à coluna sobre a chamada reação regional. Nesse tipo de reação, os linfonodos, que são órgãos do sistema imunológico, ficam cheios de trabalho e podem causar aumento de tamanho em estruturas próximas ao local da aplicação. Leia mais sobre o assunto aqui.
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