Bianca Andrade relaciona dor ao amamentar com uso de silicone: é possível?
Desde o nascimento do bebê, que aconteceu em julho deste ano, a empresária Bianca Andrade, a Boca Rosa, tem comentado com os seguidores que o processo de amamentação do filho Cris, fruto do relacionamento com o apresentador Fred, tem sido desafiador. Essa semana, a influencer usou seus Stories do Instagram para comentar o assunto. Segundo ela, as dores e a dificuldade de amamentar podem estar relacionada ao uso de próteses de silicone.
"É uma peça dentro do seu seio, apertando os ductos (por onde o leite é extraído). Minha obstetra disse que tem chances, sim, do silicone atrapalhar, mas nenhum médico me alertou disso na hora da cirurgia", afirmou. Para entender se de fato a prótese de silicone pode atrapalhar no aleitamento, Universa consultou médicos especialistas.
"Complicações são raras, mas podem acontecer"
Mariana Rosário, ginecologista e mastologista, explica que o silicone, por si só, não interfere nas glândulas mamárias — o que pode diminuir a produção láctea e comprometer a amamentação é a técnica utilizada durante a cirurgia de colocação dos implantes.
"Se eles são colocados atrás da glândula, dificilmente isso vai impactar no leite. Mas, se a incisão for feita pela auréola, o corte pode provocar a lesão de alguns ductos, que são os 'caninhos' que levam o leite da glândula até o bico do seio", detalha.
Segundo a médica, outro procedimento que dificulta e pode impedir o aleitamento materno é a redução das mamas. "Se a paciente faz a redução e logo em seguida coloca o silicone, para dar sustentação e equilíbrio, isso pode fazer com que ela perca a capacidade de amamentar", alerta.
Fernando Amato, cirurgião plástico, explica que existem diferentes formas de se colocar a prótese dentro dos seios e que os cortes podem ser feitos em regiões diversas. O que determina a escolha do médico? Tanto a sua avaliação do que seria melhor e mais seguro, quanto as expectativas de cada paciente.
"Alguns tipos de cirurgia envolvem mais manipulação do tecido mamário, o que pode comprometer ductos que são importantes para a amamentação. Por exemplo, algumas mulheres buscam aquele formato de seio mais artificial e redondo, que fica marcado. Em alguns casos, para se chegar a esse resultado, é preciso ressecar uma parte do tecido".
O importante, ressalta o médico, é que o profissional responsável pela cirurgia explique, antes de realizar o procedimento, as possíveis consequências do método escolhido.
"É nosso papel orientar o paciente de acordo com suas escolhas. Se uma mulher chega ao consultório querendo aumentar as mamas ao mesmo tempo em que está tentando engravidar, por exemplo, peço que ela dê prioridade à gestação e a amamentação e que deixe a cirurgia para depois, para que uma não impeça a outra", afirma.
Fernando ressalta ainda que esse tipo de complicação não é a regra. "Na maior parte das vezes, pacientes com silicone amamentam normalmente", opina. A mastologista Mariana segue a mesma linha de raciocínio: "Biologicamente, a prótese não 'espreme' o ducto. O que podem acontecer são lesões decorrentes da cirurgia. No entanto, se o método escolhido foi o retroglandular, ele não atrapalha: a mama continua igual, como se nada tivesse sido feito", finaliza.
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