Karen Jonz: "Machismo está em tudo, talvez no skate seja mais forte"
A tetracampeã de skate Karen Jonz é uma das atletas mais conhecidas da modalidade, mas, no início da carreira, era comum que ouvisse que "skate não era coisa de menina".
Ela foi a primeira convidada da terceira temporada do "E aí, Beleza?", talk show de Universa e, além de machismo no esporte, Karen também falou sobre beleza, alimentação e a conquista de medalha olímpica de Rayssa Leal, a Fadinha. O papo com a skatista — que consagrou o termo "xerecou" durante classificatória do street feminino nas Olimpíadas de Tóquio — foi conduzido pela maquiadora Fabi Gomes. Veja o vídeo do "E aí, Beleza?" acima.
Karen conta que, para começar no esporte, decidiu vender bolo de banana na escola para comprar o primeiro skate. Ao ver que as práticas esportivas não eram incentivadas na escola entre as meninas, começou a treinar pelas ruas, ao lado de amigos. "Naquela época não tinha informação, porque não tinha internet. Então, era preciso muita determinação, principalmente sendo mulher".
A trajetória até as vitórias no skate, contou Karen, foi atravessada pelo machismo. "Machismo está em tudo. No skate, talvez seja uma coisa mais forte. Eu ouvia literalmente que 'skate não é coisa de menina'; agora, acho que não é tanto assim".
Agora, celebra a visibilidade que as meninas skatistas têm alcançado. É o caso da Rayssa Leal, que conquistou medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio. "As mulheres sempre foram capazes, mas [a medalha] mostra isso para pessoas que não conheciam a cultura. Comemoro com dor no coração, porque há anos acho que deveria ser assim, não algo visto como 'extraterrestre'".
Beleza e cuidado com o corpo
No papo, a skatista definiu que os cuidados com o corpo estão ligados à alimentação e revelou que já teve transtornos alimentares, até encontrar o equilíbrio com a comida.
"Nem sempre tive tanta consciência com alimentação. Já tive bulimia, anorexia, comia muito errado, ficava sem comer. Também já tive minha fase de atleta, ficar só no filé de frango, batata doce e whey protein", explicou.
Me interessei e comecei a estudar mais, saber de vitaminas, nutrientes, as propriedades da comida. Não só para saciar a fome. Foi um longo processo de cura até e isso ajuda em tudo.
Karen também falou sobre como a quarentena a fez entender a beleza do cabelo natural, passando por uma transição capilar. "Sempre odiei meu cabelo. Minha mãe ia desembaraçar, doía, eu não gostava. Queria ter o cabelo liso, e todas as referências da minha infância tinham também, a Xuxa, a Barbie. Alisei meu cabelo a vida inteira, até a quarentena", contou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.