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'Nem acredito': diz autora de livro que será filme com Reese Witherspoon

A autora britânica de Sarah Haywood, do livro A vida de Susan Green no livro "Susan Não Quer Saber do Amor" (Intrínseca) - Rachel Ryan / Divulgação
A autora britânica de Sarah Haywood, do livro A vida de Susan Green no livro "Susan Não Quer Saber do Amor" (Intrínseca) Imagem: Rachel Ryan / Divulgação

Rafaela Polo

Colaboração para Universa

07/09/2021 04h00

Uma morte na família, uma gravidez indesejada, uma briga por herança e um emprego para equilibrar: esses são os elementos da vida de Susan Green no livro "Susan Não Quer Saber do Amor" (Intrínseca).

O primeiro romance da autora britânica Sarah Haywood nasceu como parte de seu mestrado em escrita criativa e está surpreendendo as metas da própria escritora: já teve seu direito de tradução adquirido por 20 países e ganhará um filme na Netflix - com ninguém menos do que Reese Witherspoon como protagonista.

"Quando eu li o e-mail dizendo que meu livro tinha sido escolhido para o Hello Sunshine mal pude acreditar", conta a autora sobre o clube do livro ministrado pela atriz de Hollywood, em entrevista para Universa, direto de sua casa em Liverpool.

A história da protagonista de 45 anos é envolvente, um tanto dramática e, por vezes, cômica. Ela quebra o paradigma de ter como personagem principal uma mulher jovem pronta para enfrentar desafios, sem retratar uma vida monótona e chata - o que tem sido elogiado pela crítica e algo que a própria autora espera ver em mais histórias daqui para frente. "Gostaria de ver livros com mulheres de 40 e 50 anos, mas sem mostrar que estamos no fim da vida, e sim, vivendo coisas legais, como começar famílias, ter romances e aventura", afirma.

livro A vida de Susan Green no livro "Susan Não Quer Saber do Amor" (Intrínseca), de Sarah Haywood - divulgação - divulgação
Livro ganhará um filme na Netflix e terá Reese Witherspoon como protagonista.
Imagem: divulgação

Leia trechos da conversa de Sarah com Universa a seguir:

Logo em seu romance de estreia seu livro já foi escolhido para ser adaptado para um filme da Netflix, com Reese Witherspoon como protagonista. Como foi essa jornada?
Muito, muito animadora, desde o começo. Escrevi o livro como parte do meu mestrado, mas na época eu não tinha certeza se seria publicado. E foi! Aqui no Reino Unido ele foi escolhido para um dos clubes de leitura mais importantes do país. Depois disso, Reese o escolheu como parte do seu Clube do Livro, o Hello Sunshine, o que foi além dos meus maiores sonhos. Susan e Reese são muito parecidas, o que foi algo completamente acidental: ela tem 45 anos, é loira? Quando descobri que ela seria a protagonista do filme na Netflix fiquei muito animada.

Qual foi a maior surpresa para você desde o lançamento até hoje: muita gente lendo, cartas de leitores, chegar ao clube do livro de Reese e depois no Netflix...
Boa pergunta. Acho que a primeira grande surpresa foi quando a Reese escolheu a história para o seu Clube do Livro. Foi incrível. Amo a Reese e os filmes que faz. Gosto muito de "Legalmente Loira" e "Livre". Quando eu li o e-mail dizendo que meu livro tinha sido escolhido para o Hello Sunshine mal pude acreditar. Nem sabia que ela estava considerando, muito menos que ela tinha lido. Receber aquele e-mail foi o começo de coisas muito incríveis.

Você está envolvida com o script de alguma forma?
Ainda não falei com o roteirista, mas a Reese disse que me colocaria em contato com ele para que possamos discutir alguns assuntos. Vai ser muito legal e importante. A produção está um pouco mais devagar por conta do coronavírus, mas já estou muito animada pensando em ver tudo pronto.

Susan é uma personagem difícil de gostar em alguns momentos e que gera uma alta identificação em outros. Como foi criá-la?
As protagonistas dos livros costumam ser legais e amáveis logo no começo, mas acho que isso está mudando e estão surgindo mulheres mais complexas. Eu queria criar uma personagem que parecesse um pouco difícil, mas que fizesse o leitor mudar de opinião conforme descobrisse o que ela está passando com sua família e sua história.

Minha principal inspiração foram minhas amigas. Quando você as vê pela primeira vez, elas parecem estranhas e distantes, mas quando as conhece, percebe que são bem amáveis. Queria que o leitor demorasse para entender o jeito de Susan e espero que compreendam porque ela é como é.

Você acha que muitas mulheres sentem a mesma pressão que Susan: para serem perfeitas e independentes o tempo todo?
Sim. É muito difícil, especialmente se você já tem uma família, equilibrar a vida profissional, pessoal, a família, seu bem-estar e se manter atualizada sobre o que acontece no mundo. São muitas coisas. Algumas vezes você sente que precisa ter o controle total de todos os aspectos de sua vida. É difícil deixar de lado.

Seu livro tem uma mulher madura como protagonista. Você acha que é importante ter personagens que não são sempre jovens?
É uma das razões pelas quais eu queria escrever um livro sobre uma mulher mais velha. Li recentemente uma história em que a protagonista tem 50 e poucos anos e se reconecta com uma pessoa que amava décadas atrás. É incomum ter romances com mulheres mais velhas, mas acho que isso está mudando.

Gostaria de ver livros com mulheres de 40 e 50 anos, mas sem mostrar que estamos no fim da vida, e sim, vivendo coisas legais, como começar famílias, ter romances e aventura. Espero que tenha muito mais.

Como Susan, muitas mulheres evitam falar da vida pessoal no trabalho para não atrapalhar na carreira. Por que acha que isso ainda acontece?
Muitas pessoas querem manter sua vida profissional separada da pessoal, para passar sempre uma imagem de profissionalismo e competência na carreira. Acredito que muitas amigas sentem que se falarem da vida pessoal do trabalho passarão uma imagem pouco profissional. Acho que os homens não têm as mesmas preocupações das mulheres nesse sentido.

A história já foi vendida para 20 países. Quando você o escreveu, achou que iria tão longe?
De forma alguma. Nunca achei que seria publicado e, se fosse, pensava que seria por uma editora pequena e independente, que poucas pessoas leriam. A primeira tradução foi para o alemão e já achei incrível pessoas de outros países lendo minha história. Devagar, foi chegando mais longe e está sendo incrível. Pessoas do mundo todo estão gostando de ler sobre a Susan.

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