'Ódio mata': Campanha contra preconceitos vai direto ao ponto e viraliza
Uma mulher gorda estendendo a canga na praia, um homem negro esperando a resposta do emprego, um casal lésbico se beijando. Em uma campanha criada pelo governo do Estado da Bahia, essas cenas comuns são replicadas para denunciar a discriminação.
Com um minuto de duração, o vídeo viralizou ao mostrar como o preconceito é vivenciado pelas pessoas, seja por causa da forma corporal, gênero, raça, classe ou orientação sexual. "Todo preconceito alimenta o ódio. O ódio mata", mostra o vídeo, após a cena em que uma mulher trans anda pela rua.
"Neste momento em que o preconceito e o ódio infelizmente estão muito presentes na sociedade, a proposta da campanha é conscientizar a população baiana sobre os reais efeitos gerados pelos diversos tipos de preconceito, dos mais sutis do dia a dia aos mais graves, que podem levar à morte", publicou o governo da Bahia, em seu site.
Discurso de ódio
A mensagem da campanha é direta: em uma sequência de situações, protagonizadas por pessoas gordas, com deficiência, LGBTQIA+ ou negras, são apresentados comentários ou olhares enviesados e preconceituosos direcionados a elas.
A primeira cena é interpretada pela modelo e estudante de arquitetura Leile Borges, da cidade baiana de Santo Antônio de Jesus. Ela é uma mulher gorda e anuncia para a câmera: "Vão fazer piadinha de mim ao tirar a canga só porque sou gorda". Para Universa, Leile contou que, infelizmente, faz parte de sua vida sofrer com ataques gordofóbicos — ou seja, de discriminação a pessoas gordas — desde a infância.
"Vivi essa realidade a minha vida inteira. Fui uma criança e uma adolescente gorda e, agora, uma mulher adulta gorda", analisa.
"A situação acontece em todos os cantos, tanto no contexto familiar, na escola, quanto por causa de olhares na rua. Não há um lugar no qual eu passe despercebida, sempre há julgamento, de forma muito dolorosa". Leile explica que, com o tempo, aprendeu a lidar com o preconceito — inclusive, compartilhou no Twitter o orgulho de ter feito parte da campanha.
O vídeo ainda mostra uma mulher informando que será interrompida em uma reunião com homens só por ser mulher (o que é conhecido pelo termo "manterrupting") e um homem negro avisando que será seguido por um segurança de uma loja só porque é negro. No começo de agosto, UOL reportou um caso de um homem negro de 56 anos que foi obrigado a tirar a roupa em um supermercado em Limeira (SP) para provar que não havia furtado nenhuma mercadoria. Ele denunciou o momento à polícia.
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