Homem que diz ter matado esposa por rixa de futebol vira réu de feminicídio
Leonardo Souza Ceschini, que confessou ter matado a esposa a facadas em janeiro deste ano, se tornou réu por feminicídio. Érica Fernandes Alves Ceschini, de 34 anos, torcia para o Palmeiras e foi morta na cozinha do apartamento onde morava com os filhos gêmeos, de 2 anos, no bairro São Domingos, em São Paulo, após o clube ser campeão da Copa Libertadores. O empresário, torcedor do Corinthians, disse à polícia que o crime aconteceu após uma discussão motivada por futebol.
Em entrevista a Universa, Epaminondas Gomes de Farias, advogado da família de Érica, que atua como assistente de acusação do Ministério Público, disse que os familiares nunca acreditaram que o esporte teria sido a única razão do assassinato. "Isso, por si só, seria muito grave. Mas nós entendemos, até pelo conjunto de provas apresentadas, que de fato houve um feminicídio. A verdadeira motivação do crime é o fato de a Érica ser mulher."
O empresário foi preso em flagrante no dia 31 de janeiro, mas ganhou liberdade no dia 25 de fevereiro. Na época, a juíza Giovanna Christina Colares, que autorizou a soltura, afirmou que existia "excesso de prazo na prisão cautelar do acusado". Desde então, conforme apurou a reportagem, a família de Érica convive com o receio de que ele possa fugir do país, uma vez que tem familiares no exterior.
Em julho, o promotor do caso, Fernando Bolque, denunciou Leonardo pelo crime de homicídio doloso qualificado por feminicídio, com os agravantes de motivo fútil e meio cruel. Naquele mesmo mês, a juíza aceitou a denúncia contra o acusado, mas ele permaneceu em liberdade. O próximo passo será audiência para ouvir testemunhas de acusação e defesa. Em seguida, se a Justiça entender que há elementos suficientes, Leonardo será levado a juri.
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