'Realizei fetiche de transar com parceiro vestindo fantasia de anime'
"Eu e meu marido vivemos algo que sempre tive vontade e que foi um momento de diversão para os dois. Um dia, quando saímos de um evento de anime em Recife, onde moramos, fomos direto para o motel. Eu estava vestida de Rei Hino, do anime Sailor Moon, e ele, de Mu de Áries, do Cavaleiros do Zodíaco.
Sempre tinha imaginado como seria ter a oportunidade de criar esse clima, e sempre gostei de cosplay. Não fui para o evento pensando nisso, foi espontâneo, mas posso dizer que foi bem interessante.
Na recepção do motel, ninguém questionou nada. Mas ele estava com uma peruca longa, roxa, para justamente lembrar o personagem. E a gente até deu risada um do outro, mas na hora foi sério.
Aquela experiência era um sonho de adolescente que eu tinha. E não sou só eu, deve ter mais gente que tem esse fetiche. Foi bom porque minha roupa era do tipo colegial, então ficava vendo pelo espelho do teto e fiquei com um perfil muito sensual. Me senti poderosa.
Gosto muito de animação japonesa. Do Cavaleiros do Zodíaco, tem o Seiya e o Shiryu. Esses personagens sempre vêm na cabeça. Mas, aquela foi a única vez que vivemos aquilo.
Eu e meu marido estamos juntos há 10 anos. Naquela época, namorávamos. Quando contamos para amigos, tem alguns que acham engraçado, meio infantil. E outros que incentivam: 'Se gostou, faz de novo, para apimentar a relação'.
Se a pessoa tem esse fetiche, eu recomendo fazer. Tem que deixar de lado preconceito, tabu. A vida é única e se você tem vontade de algo que não vai prejudicar ninguém, fale para seu parceiro ou parceira. Mesmo que isso arranque uma gargalhada no começo, se torna uma brincadeira entre os dois."
Michelle Alves, designer, 33 anos e tem relacionamento de dez anos, e é Recife (PE)
Sexo pode ser lúdico, diz sexóloga
Para a sexóloga e colunista de Universa Ana Canosa explorar o fetiche de ver o par fantasiado durante o sexo pode ser uma chave para o bom humor e a sintonia entre o casal. "Ser engraçado não é uma coisa ruim, porque o fato de ver uma pessoa adulta fantasiada, de fato, pode suscitar o bom humor. O que não pode é a experiência ficar só em tom de deboche ou do ridículo", analisa.
Ana Canosa explica que existe um tabu para que os homens se vistam com figurinos diferentes, já que esse hábito está sempre associado a uma performance feminina — vide a exploração da indústria pornográfica com mulheres vestidas de enfermeira, colegial, entre outras fantasias.
"Ao mesmo que acredito que as mulheres sejam mais criativas no sexo, não estão acostumadas a ver o homem nesse lugar. Porque há uma ideia construída do que é 'do masculino'. O homem também tem essa ideia, porque o sexo sempre é visto como algo mais 'genitalizado', e não lúdico."
Se a ideia é experimentar a opção na transa, explica a sexóloga, é preciso deixar o preconceito de lado. "Tudo a que não estamos acostumados gera ansiedade. E pode vir a risada mesmo, você ter ali um companheiro há muito tempo e vê-lo vestido de Super Homem. Mas, é preciso disposição e assumir que pode surgir um lado lúdico, que ajude a para explorar a alegria".
"Meu par sugeriu um fetiche que achei estranho. Devo topar?"
Assista o episódio #59 do podcast Sexoterapia:
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