Diretoras premiadas, discursos fortes e vestido 'ousado': o Emmy foi delas
Em uma noite de discursos engajados e vitórias históricas, a edição de domingo dos Emmy Awards 2021 foi das mulheres. Durante a premiação, uma das mais importantes do audiovisual, atrizes, produtoras e diretoras destacaram o avanço da presença feminina na indústria e os direitos das mulheres em todo o mundo.
A britânica Michaela Coel fez história no Emmy. Diretora e atriz da série "I May Destroy You", tornou-se a primeira mulher negra a ganhar a estatueta de Melhor Roteiro de Minissérie e dedicou o prêmio a todas as sobreviventes de abusos sexuais.
A série é inspirada em um episódio de violência vivido pela própria autora e retrata o tema com delicadeza e profundidade.
"Escreva a história que te assusta, que te faz se sentir inseguro, que não é confortável. Eu te desafio", disse a artista ao vencer o prêmio. Ela já havia conquistado o Bafta, entregue pela indústria cinematográfica do Reino Unido.
Em um mundo que nos seduz a navegar pela vida de outras pessoas para nos ajudar a determinar melhor como nos sentimos sobre nós mesmos, não tenham medo de desaparecer dela, de nós, por um tempo e ver o que vem para você no silêncio."
Diretoras em destaque
As disputadas estatuetas de melhor direção de séries também ficaram com duas mulheres. Jessica Hobbs venceu o prêmio na categoria dramática com "The Crown".
A última a vez que uma diretora mulher vencera por dirigir uma série dramática foi em 2017, com Reed Morano em "The Handmaid's Tale" após um intervalo de mais de 20 anos sem mulheres no topo da lista.
Já Lucia Aniello levou o prêmio pela comédia "Hacks". A conquista feminina mais recente nessa categoria havia sido a de Amy Sherman-Palladino por "The Marvelous Mrs. Maisel" em 2018.
RuPaul recordista
RuPaul, apresentador e produtor do reality show "RuPaul's Drag Race", quebrou um recorde na noite de ontem ao se tornar a pessoa negra com mais Emmys na carreira: são 11 no total. Só neste domingo, a produção ganhou quatro estatuetas, entre elas a de Melhor Programa de Competição do ano.
Apesar do recorde de indicações de pessoas negras neste ano, o Emmy 2021 voltou a ser criticado pela falta de diversidade entre seus vencedores. Os 12 prêmios de atuação ficaram com atores brancos.
Kate Winslet reforça a importância da sororidade
Consagrada pela atuação em Minissérie com "Mare of Easttown", Kate Winslet fez um discurso após desbancar nomes como o da própria Michaela Coel ("I May Destroy You"), Cynthia Erivo ("Geniu: Aretha"), Elizabeth Olsen ("WandaVision") e Anya Taylor-Joy ("O Gambito da Rainha").
Apenas quero reconhecer minhas colegas indicadas. Nesta década, as mulheres precisam apoiar umas às outras. Eu as apoio, saúdo e estou orgulhosa de todas vocês - Kate Winslet
"Mare of Easttown" conta a história de uma policial que tenta desvendar um assassinato enquanto lida com os próprios dramas pessoais. A série traz recortes atuais sobre maternidade, suicídio e abuso sexual.
O retorno de Anya Taylor-Joy
A protagonista de "O Gambito da Rainha" não conseguiu o prêmio de atuação em minissérie, mas Anya Taylor-Joy teve seu trabalho reconhecido e subiu ao palco para pegar o troféu de Melhor Minissérie Limitada de 2021.
Recentemente, a atriz revelou ter sofrido um episódio de burnout durante as gravações da série. Aos 25 anos, Anya afirmou que a sobrecarga profissional fez com que ela se transformasse em alguém irreconhecível. "Vivia à base de cigarro, refrigerante diet e café", comentou.
Ousadia com elegância
Com um vestido branco da Miu Miu, de corte reto Gillian Anderson, levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante por "The Crown", em que interpreta Margaret Tatcher. O modelo, simples e elegante, tem alguns pingentes "ousados" e de caráter sexual (um pênis, inclusive).
O modelo de Gillian é uma homenagem a "Sex Education", série em que a atriz interpreta a sexóloga Jean Milburn e que acaba de retornar para uma terceira temporada na Netflix.
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