'Revolução': ativistas gordas sobre Jojo Todynho na Semana de Moda de Paris
Jojo Toddynho está em Paris e, além de passar por pontos turísticos típicos da capital francesa, participou pela primeira vez da Semana de Moda de Paris. O convite para assistir a desfiles veio e uma das mais tradicionais grifes do evento, a Jean Paul Gaultier, que também contratou a funkeira para ser o rosto da campanha do lançamento de seu novo perfume no Brasil.
Para ativistas body positive e antigordofobia ouvidas por Universa, a escolha de Jojo, uma mulher gorda e negra, tem fortes impactos na autoestima de mulheres fora do padrão.
"Essa é uma vitória para todo o movimento que vem lutando pelo protagonismo e visibilidade das mulheres gordas. É um grito de libertação e de resistência para todas nós mulheres gordas, negras e fora do padrão que é imposto pela sociedade", fala Adriana Santos, coordenadora nacional do movimento Vai Ter Gorda.
Juliana Santana, que também é ativista body positive e fala, nas redes sociais, sobre autoestima e sexualidade, concorda: "É muito bom ver pessoas gordas e negras conquistando espaço, porque a gente se sente representada e sente que consegue sonhar para um dia também ocupar esses mesmos espaços. Quando a gente vê que não existem pessoas que chegaram lá, que não tem precedentes, é complicado".
Para as duas, a presença de Jojo Todynho em uma campanha prestigiada no mundo da moda e da beleza ajuda a naturalizar a imagem das mulheres gordas.
"Só de ocupar este espaço, ela está fazendo revolução", fala Juliana. "As pessoas não estão acostumadas a ver pessoas gordas, mas precisam se acostumar. Cada vez mais a gente tem que normalizar a nossa presença na moda, não só para campanhas mais artísticas ou na moda plus size, mas na moda em geral, porque a gente consome no dia a dia e quer consumir aquilo que nos representa".
'Ativismo gordo não acontece só na passarela'
Apesar das duas ativistas concordarem que a presença de Jojo Todynho na campanha da Gaultier ser relevante em termos de representatividade, Adriana, que coordena o movimento Vai Ter Gorda, destaca: "O ativismo gordo não acontece só na passarela, a gente precisa lutar por mais acesso a direitos e pela inclusão social para pessoas gordas".
"Precisamos que mulheres que estão no topo, como a Jojo, abracem a causa no sentido mais social. A questão gorda na moda é muito importante, porque mexe com a nossa autoestima, mas precisamos também de políticas públicas para que pessoas gordas tenham acesso digno e humanizado à saúde, ao transporte público e não sofram discriminação no mercado de trabalho".
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