Marselha, Rider Waite, Lenormand e mais: diferenças entre cartas de tarô
![Cartas de tarô de Marselha - Getty Images/iStockphoto](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/f3/2020/10/06/cartas-de-taro-de-marselha-1601993490358_v2_450x450.jpg)
Ferramenta de autoconhecimento, que ajuda a entender o momento presente e suas possíveis consequências, o tarô (do francês tarot) pode trazer à tona respostas para todo tipo de assunto, desde questões familiares e profissionais até de amor e sexo. As cartas não apenas esclarecem situações como indicam ações para que as pessoas alcancem o melhor caminho na própria jornada.
Mas quem recorre a um profissional que interpreta o baralho ou deck místico ou se dedica ao estudo a fim de fazer a leitura para si mesmo acaba se deparando com alguns nomes incomuns, como Marselha e Rider Waite. Afinal, o que há por trás disso?
"Muita gente acha que os tarôs possuem diferenças gritantes entre eles. Entretanto, o tarô em si precisa seguir um formato que faz com que quase todos sejam iguais", aponta o tarólogo Thiago Anselmo, também terapeuta holístico e instrutor de cursos sobre o tema.
As diferenças são sutis. O que muda são só as interpretações artísticas e formas gráficas de apresentação. Via de regra, todos os tarôs possuem 78 lâminas. Dessas, 22 se referem a arcanos maiores e as 56 restantes, a arcanos menores. "Ainda existem outros oráculos de cartas, que não têm essa configuração", observa o especialista
As duas dezenas de cartas principais são conhecidas por simbologias próprias, que narram a jornada d'O Louco - aliás, a primeira das cartas.
"Os arcanos maiores representam os arquétipos da personalidade humana e os grandes desafios e aprendizados que uma pessoa pode encontrar na vida", resume Thiago. Na lista estão Roda da Fortuna, Os Enamorados, A Morte, A Torre, entre outras referências bem conhecidas.
Já os arcanos menores estão ligados aos quatro elementos e ao que eles representam, assim como a tudo o que se é aprendido dentro da jornada, em cada área da vida. São simbolizados pelos quatro naipes (ouros, espadas, copas e paus) do baralho e pela sequência numérica.
A seguir, Thiago Anselmo lista os principais decks e suas diferenças de nuances.
Tarot de Marselha
Criado no século XV e sendo um dos mais conhecidos baralhos, possui elementos medievais em sua simbologia. Cartas como O Mago não eram bem-vistas naquele período - era chamada de O Ilusionista ou Embusteiro. Além disso, as lâminas dos arcanos menores não traziam ilustrações de pessoas. Havia apenas o número de elementos/naipes. Por exemplo: o 4 de copas apresentava apenas 4 taças desenhadas.
Tarot de Rider Waite
Surgiu em 1910 e explora simbologia e natureza de gravuras muito mais conectadas com a nossa realidade. É considerado o principal tarô para estudantes, mas mesmo os mais experientes tarólogos ainda têm, neste deck, a principal ferramenta de consulta.
Os arcanos menores dão espaço a imagens pictográficas de pessoas e situações representando a natureza daquela carta. Os maiores trazem imagens que não necessariamente estão presas à cultura católica apostólica romana eurocêntrica.
"Temos a imagem da carta dO Mago mais mística, a Papisa se torna a suma Sacerdotisa e o Papa vira o Hierofante e por aí vai", cita Thiago.
Tarot mitológico
Criado por Liz Greene e Juliet Sharman-Burke, traz nas 78 lâminas a relação arquetípica dos principais personagens, deuses, passagens mitológicas e momentos importantes da mitologia grega.
Neste caso, os deuses entram em cena nos arcanos maiores - O Imperador traz a imagem de Zeus, A Sacerdotisa é retratada por Perséfone, O Sol é ilustrado com Apolo e assim por diante.
Enquanto isso, os arcanos menores possuem narrações de quatro mitos gregos importantes da história grega: Eros e Psique, a jornada de Dédalo, a vida e o julgamento de Orestes, Jasão e os Argonautas.
Tarot egípcio Kier
Assim como o tarô mitológico, o egípcio Kier traz, nas cartas, a relação arquetípica dos principais deuses, personagens, passagens mitológicas e acontecimentos marcantes da mitologia egípcia.
Baralho de Lenormand
Diferentemente dos decks de tarô convencionais e não tão convencionais assim - como o feminista Nosotras, criado por uma brasileira -, ainda há os oráculos, cujas estruturas não respeitam o agrupamento de 78 cartas.
Como explica Thiago Anselmo, dentre eles, o mais famoso é o Baralho Cigano, oficialmente chamado de Baralho de Lenormand. Aqui, são 36 cartas que não trazem os arcanos do tarô tradicional.
"Ele explora símbolos importantes na jornada humana, que servem para trazer alertas, direcionamentos, adivinhações e esclarecimentos, como: A Casa, O Rato, O Anel, O Caixão, As Rosas e O Chicote", finaliza.
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