Pavanelli e Clara Maia rompem sociedade: como conciliar amizade e negócio?
A atriz Flavia Pavanelli e sua ex-sócia, a influenciadora Anna Clara Maia, estão se desentendendo publicamente. As duas eram amigas e lançaram, em julho deste ano, a marca de roupas Youse, em parceria com a empresária Daniella Burghera. Dois meses após o início das vendas, no entanto, Anna Clara avisou que havia saído da empresa. Nenhuma das duas deu maiores explicações.
Pelo Instagram, seguidores logo perceberam que o clima entre as duas não andava dos melhores. Após ser questionada sobre ser uma pessoa "difícil de lidar", Flavia escreveu um texto dizendo que "ser correto demais talvez soe como ser difícil", afirmando que é exigente em relação ao trabalho e que cobra muito de todos os envolvidos, incluindo a si mesma.
Após a postagem, Anna Clara usou o Twitter para se manifestar. "Ser correta demais? Eu não acredito no que meus olhos estão vendo, não. Meu pai amado, me dê forças pra segurar a verdade no meu coração".
Apesar de ambas não terem deixado claros os motivos da briga, é notável que a amizade entre as duas deixou de existir depois do desentendimento. Para alguns, este é um dos riscos de se trabalhar com alguém com quem se tem uma amizade. Outros, no entanto, garantem que a proximidade pode ser um fator positivo para os negócios.
Mas, como não deixar a intimidade atrapalhar na relação profissional? A seguir, empresárias dão dicas.
'O importante é manter a transparência'
Cris Guterres, 40 anos, é jornalista e colunista de Universa. Ela conheceu Renata Hilário durante um trabalho voluntário, em 2016. Em 2018, as duas criaram o podcast "Meteora", que mais tarde evoluiu para uma agência de comunicação. Ela conta que desde cedo as duas procuraram estabelecer limites entre trabalho e amizade — mas que, apesar disso, desentendimentos existem.
Normalmente não são brigas, mas momentos de divergência, em que uma quer sustentar a opinião contrária da outra até o fim. Por causa disso, precisamos conversar sobre atitudes que nos magoavam ou que despertavam a sensação de desrespeito. A parte boa é que a amizade favorece o diálogo mais humano, mais verdadeiro.
Como vantagem, ela cita a compreensão dos momentos de vida de cada uma. "Quando uma não consegue se dedicar inteiramente às atividades, a outra assume", conta. Mas até a flexibilização tem um limite: se alguém se sentir sobrecarregada, levanta a mão e propõe uma conversa, a fim de decidir o que é prioridade.
"Como conselho para alguém que está pensando em propor sociedade para um amigo, eu indicaria seguir regras que funcionam bem em qualquer parceria: realizar reuniões periódicas, ter funções bem definidas, contratos, acesso a relatórios e manter a transparência o máximo possível. Isso ajuda a deixar a relação mais saudável", diz.
'Dividir as tarefas ajuda a evitar competição'
Jéssica Laiter, 30 anos, e a sócia, Marina Alvarez, moram em São Paulo. Elas se conheceram nos tempos de escola e sempre mantiveram a amizade, mas se tornaram praticamente família desde que a quarentena começou. Durante o isolamento social, optaram por incluir uma à outra no restrito círculo de convivência que estabeleceram. E foi durante uma noite de desabafos e vinhos que a ideia de uma sociedade despontou.
"A Marina estava insatisfeita com questões do trabalho e eu a incentivei a começar o próprio negócio. No entanto, ela me disse que preferia embarcar no empreendedorismo acompanhada", Jéssica.
Pouco tempo depois, as duas criaram a loja de roupas Amali. Segundo Jéssica, o maior benefício de ter uma amiga como sócia é a liberdade de falar sobre questões pessoais no ambiente profissional e ser compreendida.
Além disso, algo que fizemos desde o começo e que ajudou muito foi a divisão de tarefas de acordo com os pontos fortes de cada uma. As principais decisões são tomadas juntas, mas ajuda muito confiar naquilo em que a outra é boa. A organização ajuda a evitar competições entre as duas.
Isso não evita, no entanto, os desentendimentos. "Eu digo que é quase um casamento. Às vezes, com um namorado, você dá bom dia, começa a trabalhar e só retoma a conversa de noite. Com ela, é o dia todo trocando mensagens. Nesse contexto, fica impossível não se desentender em alguns pontos", diz.
É importante alinhar objetivos
Para resolver os conflitos, as duas usam a tática da conversa: fazem pelo menos uma reunião semanal para falar de questões sobre a empresa e também sobre possíveis pontos de incômodo na relação, como uma chateação ou questão pendente com a outra.
"É fundamental que as duas tenham o mesmo objetivo, porque assim conseguimos ultrapassar esses obstáculos do dia a dia e caminhar na mesma direção", comenta.
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