Dez meses após denúncia, Cury é notificado por assédio a Isa Penna na Alesp
Após quase seis meses de tentativas por parte da Justiça, o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) foi notificado na sexta-feira (15) da acusação de importunação sexual contra a deputada estadual Isa Penna (PSOL). O parlamentar foi localizado em um endereço fornecido por ele às autoridades em Botucatu (SP).
Em seu perfil do Twitter, a deputada comentou a notificação. "Agora nos encontraremos na justiça", afirmou. Essa foi a quinta tentativa feita desde que o desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que o deputado fosse notificado da denúncia do Ministério Público.
Em abril, a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) havia votado pelo afastamento de seis meses do deputado Fernando Cury, acusado de importunação sexual contra Isa Penna, em dezembro de 2020. A aprovação foi unânime: os 86 deputados presentes na sessão foram favoráveis à pena. Cury não estava presente. Foi a primeira vez que uma casa legislativa no país deu uma punição para um caso de assédio contra uma mulher.
Em entrevista a Universa, após a decisão, Isa afirmou que a derrota de Cury é também uma derrota do machismo.
"O machista agora estará mais inseguro de nos assediar. Daqui para a frente, para casos como esse, vai ser uma pena dessas para cima", disse.
Cury alega ter dado "abraço de gentileza" na deputada
O caso aconteceu em dezembro do ano passado quando, durante sessão da Alesp, Cury se aproxima por trás de Penna, coloca e mantém as mãos na lateral de seu corpo na altura dos seios. Um vídeo da sessão, transmitida ao vivo, mostra o momento em que a deputada reage e afasta Cury. Na época, a deputada registrou um Boletim de Ocorrência contra ele por assédio sexual e o denunciou ao Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro, como revelou o UOL.
O Ministério Público analisou o vídeo da sessão da Alesp em que Cury é flagrado apalpando o seio de Isa e concluiu que o deputado importunou sexualmente a colega.
"O deputado Fernando Henrique Cury agiu com clara intenção de satisfazer sua lascívia, praticando atos que transcenderam o mero carinho ou gentileza, até porque não tinha nenhuma amizade, proximidade ou intimidade com a vítima, violando assim, também, o seu dever funcional de exercer o mandato com dignidade", diz um trecho da denúncia apresentada pelo MP.
Em depoimento ao Conselho de Ética, Cury disse que o abraço foi "um gesto de gentileza" e chegou a pedir desculpas à colega "por qualquer tipo de constrangimento e ofensa" que tenha causado.
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