Festa do farol? Casamento usa fitas para liberar ou vetar contato físico
A pandemia de covid-19 fez o casamento da arquiteta Raquel Cavalcanti, de 32 anos, e do administrador de empresas João Vitor Domingues, também de 32, reviver as antigas festas do farol — nas quais pessoas usavam pulseiras nas cores verde, amarela e vermelha, para sinalizar se estavam solteiras, enroladas ou comprometidas. Preocupado com a segurança dos convidados, o casal teve a ideia de fazer uma sinalização para colocar nas roupas dos convidados e deixar claro se eles consideravam liberados contatos físicos, como abraços e cumprimentos, ou não.
A festa ocorreu no dia 16, em Sarapuí (SP), a 157 km da capital paulista. Os 180 convidados já estavam avisados de todos os protocolos que seriam seguidos na festa de casamento. Além das fitinhas, foram sugeridos testes para detectar o coronavírus e ainda foi criada uma planilha com a lista das pessoas que se vacinaram contra a covid-19.
Duas cestas continham fitas nas cores azul bebê e laranja, com broches de metal. O material foi confeccionado pela noiva e pela mãe dela, Débora Cavalcanti. As cestas com as fitinhas foram colocadas na entrada do espaço. Poucos dias antes do casamento, a noiva avisou no grupo do casamento sobre regras para dar segurança aos convidados, como o uso das fitas e testes para detectar o novo coronavírus.
"Pensando na segurança de todos, pegamos emprestada a ideia da festa do farol. Na entrada, entregaremos broches de fitas com a seguinte legenda: 'Fita azul: estou tranquilo e posso abraçar'. E fita laranja: 'Vamos nos abraçar de longe'. Dessa forma, respeitamos os espaços de cada um, para não ficar aquela dúvida de abraço/não abraço", dizia o aviso.
O casal se conheceu há quatro anos, na piscina do prédio em que moravam em São Paulo. Em setembro do ano passado, Raquel e João Vitor noivaram e marcaram a data do casamento para 16 de outubro. "Quando a gente marcou parecia que a data estava tão longe, e que a pandemia ia acabar logo, mas foi chegando perto e foi dando um medinho", conta a noiva ao UOL.
"Começamos a pensar em formas de fazer uma festa o mais segura possível, caso a gente conseguisse manter nossa data. A ideia da fitinha surgiu em uma dessas conversas infinitas de vai ou não vai. Foi quando nos lembramos da festa do farol que a gente ia quando éramos adolescentes. A gente queria evitar o constrangimento de alguém ter que falar que não topava um abraço ou de ser abraçado e ficar desconfortável, então queríamos um símbolo que deixasse claro de longe", destaca Raquel.
A noiva conta que a maioria dos convidados optou pela fita azul, mas teve também quem usou laranja e tudo foi respeitado. "O pessoal curtiu a ideia! Percebemos que a maioria usou fitas azuis, mas tínhamos algumas laranjas. No fim, alguns de laranja já estavam distribuindo abraços", ressalta a arquiteta.
Os organizadores do evento, a pedido dos noivos, colocaram mesas espaçadas, disponibilizaram álcool para desinfecção das mãos dos convidados e disponibilizaram 200 máscaras faciais. Além disso, uma planilha feita pela noiva registrou o "vacinômetro" do evento.
"A minha planilha de convidados tinha uma coluna de vacinados com a primeira dose e a segunda dose. E pedimos para as pessoas irem avisando conforme fossem se vacinando. A gente montou um gráfico, colocou no site e ia atualizando a cada 15 dias. Na última semana eram 99% com a primeira e 93% com a segunda dose", contou Raquel.
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