Emily Ratajkowski em livro autobiográfico: "Fui tratada só como um corpo"
A modelo, empresária e influenciadora digital Emily Ratajkowski lança no dia 9 de novembro, nos Estados Unidos, um livro de ensaios autobiográficos em que discute a maneira pela qual foi objetificada ao longo de sua vida. Em "My Body" ("Meu Corpo"), também analisa como é comum que mulheres, incluindo ela, normalizem o fato de serem julgadas por sua aparência antes de qualquer outra coisa.
"Eu internalizei a maneira como não fui levada a sério. Fui tratada apenas como um corpo", disse ela em entrevista ao jornal americano "The New York Times". "Todas as mulheres que conheço — não importa como sejam ou se comercializam sua imagem — sabem o que é ser vista e o que significa chamar a atenção por sua aparência."
Ao longo do livro, Emily fala sobre ter se sentido pressionada para se submeter aos desejos masculinos, desde ter sofrido um abuso de um namorado no colégio a dançar seminua no clipe da música "Blurred Lines", em 2003, ao lado de Robin Thicke e Pharrell Williams. O primeiro, segundo ela, chegou a assediá-la durante as gravações ao apalpar seus seios.
Na época em que participou do vídeo, tinha 21 anos e considerava a experiência empoderadora. Seria um caminho para usar a sensualidade a seu favor. Mas, na entrevista ao NYT, diz que, hoje, avalia esse pensamento como ingênuo.
"Esteja você usando uma burca ou um biquíni, estamos sempre operando dentro dos limites de um mundo cisgênero, heterossexual, patriarcal e capitalista", disse.
Atualmente casada com o produtor de cinema Sebastian Bear-McClard, relata, ainda, ter sido vista como "esposa modelo" em uma festa para o marido, chegando a ser assediada e ofendida por amigos dele.
"Mas este não é um livro em que tento cancelar os homens que conheci em minha vida", afirmou ao jornal. "Estou tentando desafiar as expectativas das pessoas sobre mim e também falar sobre nuances de quem eu sou, minha vida e minhas crenças políticas."
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