Alice Pataxó: quem é a jovem que está na COP26 e foi indicada por Malala
Ativista indígena, a jovem Alice Pataxó está participando da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, em Gaslow, na Escócia, e foi indicada pela ativista paquistanesa Malala como uma das mulheres do mundo que estão "levando suas vozes e experiências" ao evento. Malala, que é a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, mencionou Alice e pediu para que seus 2 milhões de seguidores no Instagram acompanhassem o trabalho dela e de mais cinco representantes de lutas sociais e ambientais.
Alice é uma influenciadora indígena que fala sobre a preservação da cultura de seu povo, os Pataxó, nas redes sociais. No Twitter, ela comentou sobre uma das motivações que a fizeram rumar para a Escócia. "A floresta não tem dono, mas tem guardião. Por isso estamos aqui, para defender esses territórios, defender a vida", escreveu.
Malala também acrescentou à lista o nome da brasileira Renata Koch Alvarenga, que é fundadora e diretora da EmpoderaClima, uma plataforma sobre justiça de gênero e clima.
Alice Pataxó e a presença de indígenas na COP26
Alice Pataxó vive na Aldeia Craveiro, na Cidade do Prado, na Bahia. É no Twitter, onde tem mais de 100 mil seguidores, e no Instagram, também com 100 mil pessoas lendo o que ela escreve, que potencializa sua voz em defesa da cultura dos povos da floresta.
Para Ecoa, do UOL, Alice explicou que se questiona sobre os reflexos de ser uma menina indígena e a luta por igualdade dentro do ativismo. "Nossas questões não passam apenas pela igualdade de gênero nas aldeias, mas sobre como estamos vulneráveis fora do território, às vezes sem água potável. São coisas que precisam ser discutidas de forma ampla", comentou.
Em Gaslow, Alice discursou no COY16, conferência realizada por jovens, equivalente à COP26.
"Essa é a primeira vez que saio do meu território, em um momento onde o Brasil vive uma forte decisão sobre as terras indígenas. Mas eu entendo a necessidade de me unir à juventude do mundo para falar sobre isso, para lutar pelo meio ambiente e criar soluções juntos. Estou orgulhosa de poder voltar para minha casa e dizer para meu povo: não estamos mais sozinhos", disse à plateia do evento.
A ativista fala sobre as questões indígenas desde os 14 anos. Além do perfil dela, Malala indicou o trabalho das ativistas ambientais, Vanessa Nakate, de Uganda, Marinel Sumook Ubaldo, das Filipinas, Fatou Jeng, da Gâmbia, da ativista ambiental interseccional e eco-comunicadora Leah Thomas, do sul da Califórnia, e Renata Koch Alvarenga.
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