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Deputada do AM faz B.O. contra homem fantasiado de goleiro Bruno: 'Revolta'

Camila Brandalise

De Universa

02/11/2021 17h06

A deputada estadual do Amazonas Joana Darc (PL), integrante da Comissão de Defesa das Mulheres da Assembleia Legislativa do estado, fez um boletim de ocorrência por apologia ao crime, na madrugada desta terça-feira (4), após a foto de um homem usando um roupa em alusão ao ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza repercutir nas redes sociais. Bruno foi condenado em 2010 pela morte de Eliza Samudio.

Na foto, compartilhada pela casa de shows Porão do Alemão, que organizava uma festa de Halloween, é possível vê-lo com uma camiseta com o nome Bruno nas costas e listras vermelhas e pretas, cores do Flamengo, time do qual o então jogador fazia parte na época. Ele segurava um saco de lixo preto com o nome de Elisa.

"Foi uma evidente apologia ao feminicídio, em que uma mulher foi vítima, foi esquartejada, estrangulada, e até hoje seu corpo não apareceu. O que pode parecer uma brincadeira é crime. Sou advogada, também fiquei revoltada que por meio dessa atitude, essa pessoa estaria não só ofendendo a própria família da vítima mas também várias mulheres, nossa sociedade como um todo", afirma Darc a Universa.

"Sempre dizemos: 'Parem de nos matar'. Uma forma de nos matar é fazer graça e brincadeira com feminicídio. Devemos nos revoltar, repudiar e agir com responsabilidade por meio das denúncias para que esse tipo de atitude seja punido na medida da lei."

A deputada informou ainda que, na quarta-feira (5), vai entrar com uma representação no Ministério Público Estadual e em vários órgãos de defesa dos direitos das mulheres. "É preciso identificar essa pessoa. E é importante também que a sociedade se posicione de forma responsável para coibir esse tipo de atitude, que é inadmissível", diz Darc.

O rapaz em questão foi identificado como tatuador do estúdio "El Cartel Tatuaria", e o estabelecimento afirmou pelas redes sociais que o demitiu ao tomar conhecimento do caso.

Pelo Instagram, o Porão do Alemão, que apagou a foto, pediu "desculpas pelo ocorrido" e disse que "não compactua com apologia a qualquer crime, inclusive feminicídio". O estabelecimento afirma que a foto foi postada por um estagiário de 20 anos e que, como o crime ocorreu há cerca de 11, desconhecia o caso.