Ela é mãe de dois e está grávida de quíntuplos: 'Entrei em pânico'
Se estivesse grávida de um bebê, a vendedora Yanike Piera, 28, já ficaria preocupada. Mãe de duas crianças, uma de 5 e outra de 3 anos, cria ambas sozinha. Apesar do compromisso sério com o novo namorado, os planos para aumentar a família e eventualmente morarem juntos ficariam para o futuro. Mas a menstruação atrasou e o teste de farmácia confirmou: estava grávida. Após um sangramento, fez o ultrassom para saber se estava tudo bem, e, então, entrou em pânico. Eram cinco crianças que ela carregava na barriga.
Hoje com 21 semanas de gravidez, o equivalente a cerca de cinco meses, consegue manter a calma, pois, diz, precisa pensar em seu bem-estar e no das crianças. Durante uma semana de conversa com Universa, entremeada por pausas para fazer exames e pelo sono "fora do normal", Yanike conta que em três semanas será internada até o parto e comemora os R$ 24 mil arrecadados em uma vaquinha online. "Agora, só penso em como dar conta de cuidar de cinco bebês ao mesmo tempo", diz ela, que mora em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
"Até a médica que fez o ultrassom ficou assustada"
No ultrassom que revelou a gestação de quíntuplos, ela conta que a própria médica ficou assustada. "Além de não ser comum, ela viu meu desespero. Comecei a falar que já tinha filhos, que não tinha condições. Mas me deu água e disse que precisava me acalmar pelo meu bem e das crianças", diz.
A literatura médica considera a gravidez de múltiplos bebês um acontecimento raríssimo, que não chega a 2% de todas as gestações. O comum é que a mulher tenha um só período de ovulação durante seu ciclo, liberando um óvulo, o que levaria a possibilidade de apenas um feto poder se desenvolver durante a fecundação. No caso de Yanike, foram cinco ovulações.
Apesar de ser considerada uma gravidez de alto risco pelo fato de serem múltiplos, ela diz se sentir bem, sem maiores impeditivos para seguir com sua rotina, que só será interrompida por um pedido médico de ficar internada a partir do final de novembro até o nascimento, previsto para março de 2022.
"Agora eles estão ganhando peso, ficando maiores. Segundo os médicos, um dos riscos é um machucar o outro. Além disso, se tiver alguma emergência, ficaria ruim pois moro longe do hospital", diz.
"Fiquei dois dias sem conversar com o pai das crianças. Estávamos em choque"
O namoro com o pai dos cinco filhos começou após se conhecerem em uma festa, há três anos. Trabalhando como motoboy e ocupado o dia todo, só conseguia ver Yanike aos finais de semana. Ela tirava seu sustento da venda de roupas pela internet, o suficiente para pagar o aluguel de R$ 900 da casa onde mora com os dois filhos e arcar com as demais despesas.
"Já sabíamos que eu estava grávida. Quando contei que eram cinco, meu namorado entrou em pânico também. Ficamos dois dias sem nos falar. Ele ficou no choque dele, e eu, no meu. Depois disso, ele me chamou e começamos a planejar o que fazer e para quem pediríamos ajuda", diz.
"Doações, apoio dos familiares e vaquinha me deixaram mais tranquila"
Passado o susto, ela diz ter sido tomada por "fé e alegria". "Estou mais tranquila, tenho minha família e amigos, que são minha rede de apoio, e recebi muitas doações', conta Yanike. "Todos ao meu redor me ajudam. Estou ganhando muita coisa do enxoval. O que mais me preocupa agora é a saúde, minha e dos bebezinhos."
E claro que dinheiro, ou a falta dele, também preocupa. "Sou autônoma, vendo roupas com uma amiga e, por causa da pandemia, a situação financeira ficou difícil", diz. Uma das alternativas foi pedir ajuda online, por meio de uma vaquinha.
"A ideia é ter pelo menos uma renda enquanto as crianças estão crescendo, para eu poder cuidar deles por um certo período de tempo até eu voltar a trabalhar", afirma ela, que tem registrado os ultrassons, exames e fotos da gravidez em seu Instagram.
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