'Tenho 26 anos e venci um câncer de mama: a vida ganhou outro sentido'
"Meu nome é Thainá de Carvalho Prini, tenho 26 anos e sou engenheira agrônoma formada pelo Instituto Federal Goiano, em Rio Verde (GO). Nasci em Mococa (SP), mas em 2002 fui para Rio Verde com meus pais e minha irmã caçula. Morei lá por quase 20 anos, até dois meses atrás.
Minha vida foi ressignificada a partir de um diagnóstico de câncer. O choque foi grande, mas venci a doença e retomei minhas atividades recentemente com toda a força de quem pode enfrentar todas as adversidades.
Essa história começou em fevereiro de 2020, quando senti um nódulo no seio. Fui ao médico e ele falou que eu deveria fazer uma punção. Adiei esse exame por quase três meses por causa da correria do trabalho e um pouco de negligência minha achando que não seria nada grave.
Quando fiz a punção, o resultado acusou carcinoma ductal invasivo luminal B. Recebi esse diagnóstico no dia 12 de maio de 2020. O tumor já estava com quase 6 centímetros. Foi o pior dia da minha vida.
No dia anterior, peguei o resultado no laboratório e abri. Quando li carcinoma ductal invasivo, não sabia o que significava. Marquei consulta com meu médico para o dia seguinte. Fui me preparando para que ele me confirmasse o diagnóstico, mas no fundo esperando que ele me falasse algo que me desse esperança de que não era nada sério.
Estava com a minha irmã e com a minha mãe. Então ele leu o resultado e confirmou que eu estava com câncer. Comecei a chorar, sai do consultório e liguei para meu pai, para meu noivo e contei para poucas amigas.
Quimioterapia e cirurgia
Eu não tinha certeza de nada. Não sabia como seria o tratamento e nem como eu iria reagir a ele. Comecei a fazer quimioterapia no Instituto de Mastologia e Oncologia de Goiânia, e não poderia ter encontrado melhor lugar para fazer meu tratamento. As pessoas me tratavam muito bem, tinham muita empatia e se preocupavam sempre com o nosso bem-estar e conforto.
As sessões aconteciam uma vez por semana, durante 12 semanas. Depois vieram as últimas quatro sessões, que ocorriam a cada 15 dias. No total, foram 16 sessões de quimioterapia. Depois veio a cirurgia de retirada dos seios, a adenomastectomia, realizada em novembro do ano passado. Em janeiro deste ano, comecei a fazer as radioterapias também em Goiânia. Ao todo, foram 25 sessões.
Acabei as radioterapias em fevereiro e, em maio, fiz a última cirurgia, de troca de prótese e retirada do cateter que fazia as quimioterapias. Hoje em dia, tomo uma injeção a cada 30 dias e faço hormonioterapia.
Rede de apoio
Minha família sempre foi muito unida e, quando recebi o diagnóstico, nos unimos mais ainda. Tive muito apoio do meu noivo e dos meus amigos. Infelizmente, por causa da pandemia, fiquei muito tempo sem ver meus amigos e, às vezes, sem ver até meu noivo por causa da minha baixa imunidade.
Nunca pensei em ser derrotada pelo câncer. Não gosto de ficar pensando em coisas negativas, que poderiam me desanimar. Então, sempre pensava no futuro, no que eu iria fazer, os planos do que eu iria realizar...
Pensava em Deus acima de tudo, na minha família, no meu noivo e nas minhas amigas. Eles fizeram com que tratamento fosse mais fácil.
Retomada
Estava com muita saudade de trabalhar. Fui orientada a cuidar 100% de mim para depois voltar às atividades. O tratamento passou mais rápido do que eu esperava.
Agora, faço acompanhamento médico a cada três meses. Ainda tomo alguns medicamentos, mas nada que me impeça de ter uma vida normal.
Espero que minha vitória possa inspirar outras pessoas. Lutei muito, mas tive muita fé também. E preciso ter fé sempre. Todos temos dias ruins e dias bons, mas eles nunca são eternos. Tudo na vida são processos e tudo passa.
Meus cabelos cresceram e eu voltei a me sentir bem comigo mesma. Me mudei recentemente para Goiatuba-GO, por causa de uma proposta de trabalho.
Sou engenheira agrônoma e atualmente trabalho como agente de Geração de Demanda em uma multinacional. Sou responsável por gerar demanda do portfólio da empresa aqui na região do Sul goiano. Visito produtores com o intuito de levar soluções para seus empecilhos que os impedem de atingir uma boa produtividade.
O que eu tirei de tudo isso? Que nós não escolhemos passar por uma dificuldade, mas podemos escolher como passar por ela. Lembro de quando eu esperei pelos dias de hoje. De quando eu estava sem cabelos, inchada, passando mal e com a autoestima lá no chão, pensando no futuro, em quando tudo aquilo passaria. E passou. Thainá de Carvalho Prini, 26 anos, é engenheira agrônoma.
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