Tenente diz que foi presa por deixar posto para lavar farda com menstruação
Uma tenente da Polícia Militar, cuja identidade será preservada, foi presa em Fortaleza, no Ceará, acusada de deixar o posto onde atuava para, segundo ela, limpar a farda que estava com sangue menstrual. O abandono de posto é crime e está previsto no artigo 195 do Código Penal Militar. O caso ocorreu no dia 28 de outubro e, agora, ela responde em liberdade provisória. Segundo versão da PM, ela teria deixado o posto para almoçar.
Um documento obtido por Universa relata o caso e informa que a tenente atuava no BPTUR (Batalhão de Policiamento Turístico) de Fortaleza como supervisora e deixou o posto por volta do meio-dia. Na ocasião, ela havia liberado os policiais que estavam em uma viatura para o almoço.
Ela teria pedido que uma pessoa trouxesse o almoço dela até o quartel. No entanto, de acordo com o relatado no documento, a entregadora não encontrava o endereço e ela deixou o banheiro, onde estava limpando a farda com água, e foi até a calçada à paisana receber o pacote.
Nesse momento, o comandante da tenente a avistou e pediu para que ela fosse conversar com ele após receber a entrega. Ele afirmou que iria conduzi-la para a CPJM (Coordenadoria de Polícia Jurídica Militar) pela infração e, segundo relato, ele chegou a entrar no alojamento feminino e segurar a porta para discutir a ocorrência.
A tenente alegou que estava passando "por um período que toda mulher passa" e que havia manchado a farda em razão disto. O comandante, no entanto, não permitiu que ela utilizasse novamente o fardamento. Ela foi conduzida à prisão e, no dia seguinte, conseguiu liberdade provisória, sem adoção de medidas cautelares.
Procurada por Universa, a defesa da tenente, que é representada pelo escritório de Oswaldo Cardoso, advogado especializado em Direito e Processo Penal Militar, afirmou que nesse momento não irá se pronunciar sobre o assunto.
A Polícia Militar do Ceará afirmou, por meio de nota, que a informação de que a militar teria sido presa por estar lavando o fardamento não procede. "Segundo o oficial que a conduziu, a policial deixou o quartel, sem uniforme e sem autorização superior, no horário em que deveria estar de serviço. Ao ser questionada sobre o fato, ela teria afirmado que iria almoçar", disse a instituição.
A corporação ainda ressaltou que todos os policiais militares que estão em serviço devem "passar todo o turno de trabalho uniformizado" e que "se tiver um caso fortuito, deve informar de imediato ao seu superior hierárquico, o que não teria sido feito pela policial militar no referido caso".
A ocorrência está sendo apurada pela unidade judiciária.
Outra caso
Em setembro, outro caso chamou atenção na corporação. A soldada da Polícia Militar do Maranhão Tatiane Alves, foi presa, pelo próprio comandante, por se recusar a trabalhar fora do horário de escala para poder amamentar o filho.
Segundo relato, ela trabalharia até as 20h, mas perto de largar o turno, foi ordenada a exceder o tempo de plantão. Apesar de ter informado que não poderia ficar mais tempo e que estava perto do horário em que amamentaria o filho, ela acabou sendo detida por desobediência.
O caso ocorreu no dia 5 de setembro, quando a policial estava na equipe de patrulhamento do Batalhão de Turismo, durante um evento no Centro Histórico de São Luís. Na ocasião, a PM do Maranhão disse lamentar o ocorrido e que afirmou que "reforça seu comprometimento em mitigar condutas de membros da corporação, incompatíveis com os princípios profissionais e éticos que orientam as atividades do Sistema de Segurança do Maranhão".
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