'Treinei balé na laje, passei em curso nos EUA mas não tenho como pagar'
"Comecei a dançar aos 7 anos, aqui em Santa Luzia (MG). Havia uma igreja que dava aulas de balé e, depois de lá, passei por algumas escolas nos últimos oito anos em busca de realizar um sonho de infância.
No início de 2021, tive de parar com o balé porque não estava conseguindo conciliar os horários dos treinos com os da escola. Para não ficar parada, resolvi aproveitar meus horários livres e treinar na laje da minha casa. Eu pensei: isso é importante demais para mim para ser deixado de lado.
Continuei com minha rotina de estudos no colégio e fui desenvolvendo minha técnica de balé sozinha, em casa mesmo, por quase seis meses.
Até que, no fim de junho, consegui fazer minha matrícula na ATM Centro Cultural de Danças, em Belo Horizonte, e esta é a minha nova escola. Vou para o balé de segunda a sexta-feira, e ensaio das 14h até as 20h30.
Seletiva para escolas internacionais
Este ano, as seletivas para as escolas de dança fora do país foram online. Precisei alugar uma sala de balé para gravar o vídeo com tudo o que eles pediam para mandar. Apresentei a 'Variação de Gamzatti', da obra 'La Bayadère', e fui aceita em duas companhias: uma nos Estados Unidos e outra no Canadá.
A Coastal City Ballet, no Canadá, pedia uma taxa de inscrição de R$ 30 mil, que teria de ser paga até o dia 30 de junho. Infelizmente, eu não consegui esse valor.
A outra opção é a Joffrey Ballet School, que fica em Chicago (EUA). Lá, as aulas começam em janeiro de 2022 e o curso tem duração de quatro anos. Agora estou buscando ajuda para conseguir os R$ 75 mil da matrícula. É muito dinheiro, meus pais não têm como custear isso.
Então, estou apelando para a solidariedade das pessoas e pedindo que me ajudem a realizar meu sonho por meio do financiamento coletivo Ajude uma Bailarina.
Meu passaporte fica pronto em outubro e o visto, em janeiro. Assim que estiver tudo certo, vou ser emancipada para viajar, aos 16 anos. Vou sozinha porque meus pais não têm condições de arcar com os gastos de uma mudança.
Eles já estão fazendo um esforço imenso para pagar pela estadia, passagens, etc. Vai ser muita luta minha e deles para concretizar esse sonho.
'Minha avó é minha inspiração'
Mas me mantenho focada e esperançosa. Busco força na minha avó. Ela é minha maior inspiração. Foi ela quem começou tudo isso. Acreditou em mim quando eu disse que queria fazer balé e viu que era isso que eu deveria fazer e me incentivou a investir.
Atualmente, infelizmente ela está doente, mas eu vou conseguir realizar todos os sonhos dela e os meus também.
Estou certa de que vou conseguir. Muita gente torceu contra, foram muitas pedras no caminho, muitas pessoas que me deixaram para baixo no meio desse processo... Me desvalorizando, falando mal da minha técnica, do meu porte físico ou até mesmo da minha classe social.
Mas sempre existirão pessoas torcendo contra. E essas pessoas criticam e torcem contra pelo simples motivo de não conseguirem vitórias sonhadas na vida delas.
A gente nunca deve desistir dos nossos objetivos, por mais difíceis e impossíveis que eles pareçam. Temos de ir em frente e confiar.
Não vejo a hora de começar meus ensaios no exterior. Terei aula do ensino médio da Joffrey em uma parte da manhã e depois serão oito horas de treinos de balé por dia.
Temos de estar totalmente disponíveis nos horários da companhia e isso impossibilitará que eu consiga trabalhar para ter uma renda lá.
O que vou fazer quanto a isso? Ainda não sei. Vou com fé, amor e determinação rumo ao sonho da minha vida. Deus há de me mostrar uma solução. Tenho certeza." Raíssa Carolyne Coelho, 16 anos, de Santa Luzia (MG), é bailarina
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