Aluna pede socorro em prova da escola em RO: 'Meu pai bate na minha mãe'
Uma menina de 13 anos usou a prova de português da escola para denunciar a violência doméstica sofrida pela mãe, de 37 anos, em Vale do Anari (RO), a 331 km de Porto Velho. O recado foi visto pela professora. Ela acionou o Conselho Tutelar, que denunciou à Polícia Civil. O agressor, de 46 anos, está em liberdade e não pode se aproximar da família por determinação judicial.
O caso ocorreu em 9 de novembro, mas ganhou repercussão nos últimos dias. A imagem da prova mostra que a garota escreveu a frase: "Por favor, me ajuda. Meu pai bate na minha mãe. Chama para mim a polícia". Ela ainda deixou o endereço em que mora.
A professora viu o recado após a garota entregar a prova, acionando o Conselho Tutelar logo em seguida. A identidade dos envolvidos não foi divulgada pela Polícia Civil porque o caso está em segredo de Justiça.
A investigação aponta que a mãe da aluna sofria há anos constantes agressões físicas e psicológicas praticadas pelo marido, após um dos filhos do casal ter morrido ao ingerir sem querer veneno para matar rato, ainda durante o início do relacionamento.
Além da garota de 13 anos, o casal tem um menino de 8 anos e outras duas filhas, de 14 e 16 anos.
Depoimentos da investigação ainda dão conta de que as agressões também eram praticadas contra os filhos. O perfil violento do suspeito fez a mãe ter medo de denunciar o marido, chegando a negar a acusação da filha na prova.
Indagado, o homem preferiu ficar em silêncio durante o depoimento, segundo a Polícia Civil. A prisão não ocorreu porque não foi configurado o flagrante da denúncia.
"Há um histórico de violência física e psicológica contra a mãe dessa garota. Há um relato de agressão aos filhos também. A mulher negava as agressões e não queria denunciar. Vimos que estava abalada psicologicamente, tanto que demorou a convencê-la a prestar depoimento. É uma pessoa de poucas palavras e com bastante dificuldade para se expressar", conta o delegado André Kondageski, que apura o caso.
Os filhos do casal atualmente estão em um abrigo. Já a mãe é acompanhada por psicólogo e uma assistente social, a pedido da Polícia Civil.
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