Terapia sexual e pandemia: conheça 7 conflitos que surgiram no consultório
A convivência estreita nos meses mais difíceis da pandemia do coronavírus levou muitos casais a olharem para seus relacionamentos de outras formas. Não à toa, diversas pessoas apontam o divórcio como um dos efeitos colaterais do covid-19. Mesmo para quem não se separou, é fato que o sexo sofreu o impacto do isolamento e do distanciamento social. Segundo terapeutas sexuais ouvidos por Universa, alguns conflitos surgiram na vida a dois ao longo dos últimos dois anos e, agora, têm exigido atenção especial para a retomada do vínculo e da intimidade. Saiba quais são e, caso se identifique com os exemplos, saiba que diálogo, paciência e disposição - de ambos, claro! - podem ajudar a reverter as coisas.
Choque ao descobrir que o outro se masturba
Muita gente acredita que a masturbação deixa de acontecer quando existe um parceiro fixo. Algumas pessoas, inclusive, veem este comportamento como traição - o que produziu, segundo especialistas, muitas dúvidas e reclamações no consultório. Saber que a outra pessoa tem prazer sem ser através do sexo do casal se tornou tema de terapia, por trazer sofrimento. Vale lembrar, porém, que a masturbação é autoconhecimento, autoestimulação e até mesmo empoderamento. É uma prática que não está ligada a estar ou não com alguém, e sim com suas próprias fantasias e vivências sexuais.
Excesso de convivência
Muitos casais tiveram dificuldade em manter o desejo sexual com o excesso de convivência. Quanto mais tempo ficavam juntos, maior a chance de conflitos e menos vontade de transar. A questão foi ainda mais problemática para casais com filhos pequenos, que, além dos cuidados extras com as crianças, tiveram de enfrentar o cansaço e a falta de privacidade - fatores que dificultaram a intimidade e refletiram diretamente na vida sexual.
Medo e ansiedade
As duas emoções, medo e ansiedade, vêm interferindo na vida sexual. Medo de se infectar, excesso de informações, como retomar a vida sexual, posso tirar a máscara, posso beijar. Questões de higiene e cuidados dificultaram o contato íntimo e, com as variantes, essas emoções têm voltado à cena. É preciso regulá-las para retomar a vida sexual saudável.
Falta de cumplicidade nas tarefas de casa
A pandemia escancarou a divisão injusta das tarefas domésticas entre os casais de todas as classes sociais. A dispensa de faxineiras e diaristas nos meses mais críticos, a nova rotina imposta pelo trabalho no esquema home office e as demandas com as aulas online das crianças foram alguns dos fatores que apontaram como a mulher acaba se encarregando - por questões culturais ou por comodismo masculino - da maior parte das demandas envolvendo a casa e a família. A pouca (ou nenhuma) disponibilidade dos homens para contribuir efetivamente nessas circunstâncias provocou um enorme descontentamento, além da sobrecarga física e mental, que levou às mulheres a sentirem ressentimento. O resultado: afastamento na cama.
Falta de criatividade
Acostumados, por conta da rotina, a uma determinada maneira de se relacionarem afetiva e sexualmente, os casais precisaram conviver mais e isso revelou, para muitos, que o sexo vinha ocupando a confortável zona do comodismo. Em meio às tensões da pandemia, mesmo quem se deu conta da situação e quis propor novidades na cama percebeu que a criatividade ficou comprometida.
Rotina no piloto automático
Muitos casais, conforme os terapeutas sexuais, relataram que os horários e as rotinas profissionais e pessoais se embaralharam, o que desregulou o humor. Com os sentimentos à flor da pele, conflitos começaram a surgir e impactaram no sexo. O estresse provocado por essas mudanças também levou muitos homens e mulheres a se refugiarem em atividades automáticas como fuçar nas redes sociais, prejudicando o diálogo e causando uma espécie de "solidão a dois".
Ausência de sociabilidade
O isolamento social e as restrições impostas pela pandemia levaram os casais a conviverem, por muito tempo, apenas um com o outro. Sem vida social a dois ou individual, os relacionamentos acabaram ficando mais pesados e as diferenças surgiram, respingando entre quatro paredes.
Fontes cosultadas: Carla Cecarello, psicóloga, sexóloga e fundadora da ABS (Associação Brasileira
de Sexualidade); Carolina Freitas, mestre em Psicologia e especialista em sexualidade da Plataforma Sexo sem Dúvida, e Eduardo Perin, psiquiatra pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista em Sexualidade pelo InPaSex (Instituto Paulista de Sexualidade).
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