Topo

'Machismo atrasado', diz ministra após suposta agressão verbal de senador

Flávia Arruda: "Gritos não me amedrontam" - Reprodução/Facebook
Flávia Arruda: 'Gritos não me amedrontam' Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

14/12/2021 13h50Atualizada em 14/12/2021 20h01

A ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), disse que não se deixará amedrontar, após supostamente ter sido agredida verbalmente pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM). Ao blog de Lauro Jardim, no jornal O Globo, Flávia classificou o episódio de "machismo atrasado". A Universa, o parlamentar negou as agressões.

Conforme o jornal, na quinta-feira (9), o senador, aos gritos, atacou a ministra com declarações desrespeitosas e palavrões de cunho machista, por causa da liberação de emendas parlamentares prometidas a ele pelo Palácio do Planalto.

Gritos não me amedrontam. O episódio, infelizmente, demonstra que o machismo atrasado ainda resiste às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira. Vou continuar a interlocução com o Congresso com diálogo, serenidade e, sobretudo, com transparência Ministra Flávia Arruda ao jornal O Globo

Universa também procurou a ministra sobre o episódio, mas ainda não teve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Braga disse que "não houve grosseria, que seria incapaz disso, não só por ela ser mulher, mas pelo cargo dela e pela relação civilizada entre eles".

"O que ele [Braga] considera que houve é que ele foi enfático e firme na defesa dos interesses dele, uma obrigação dele como representante do estado — firmeza é uma coisa, falta de respeito é outra. Se houve de fato um mal-entendido ou se ela se considera ofendida, ele lamenta muito e não teve intenção de ofendê-la."

Bancada feminina e MMFDH se solidarizam com ministra

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, órgão representativo da Bancada Feminina, divulgou uma nota ontem se solidarizando com Flávia.

Segundo as deputadas, o caso "demonstra que, infelizmente, mulheres de todas as classes e condições sociais estão sujeitas à violência de gênero, seja doméstica, física, psicológica ou política. O episódio também demonstra que o machismo ainda persiste em relação às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira".

Por essa razão, a Secretaria da Mulher, representando a bancada feminina da Câmara dos Deputados, lamenta a postura do referido parlamentar que em flagrante quebra de decoro, e de forma vil, usou palavras inapropriadas para com uma autoridade do mais alto escalão do Poder Executivo, ao mesmo tempo que manifesta total apoio e solidariedade à Ministra Flávia Arruda, repudiando, assim, as declarações do Senador Eduardo Braga (MDB-AM) Trecho de nota da bancada feminina da Câmara

Hoje, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), chefiado pela ministra Damares Alves, emitiu uma nota de repúdio ao ato do senador Eduardo Braga, chamando a ação de "discriminação".

Atos como a lamentável postura do senador colocam o Brasil entre os países com uma das mais baixas representatividades das mulheres na política, influenciam e alimentam uma cultura de violência, que as políticas públicas desenvolvidas por esta pasta visam a superar, para que as mulheres sejam tratadas com dignidade em todos os ambientes. Trecho de nota do MMFDH