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Gravidez ectópica em 'Um Lugar ao Sol': quais as possíveis causas?

A gravidez ectópica atinge entre 1% e 2% das grávidas, e pode ser fatal - Getty Images/iStockphoto
A gravidez ectópica atinge entre 1% e 2% das grávidas, e pode ser fatal Imagem: Getty Images/iStockphoto

Luiza Souto

De Universa

20/12/2021 11h04

Grávida após sofrer estupro, a personagem Cecília (Fernanda Marques) da novela das nove "Um Lugar ao Sol" (TV Globo) descobriu que teve uma gravidez tubária, quando o óvulo fertilizado deixa de migrar para o útero e se implanta nas tubas uterinas.

A gravidez ectópica é rara, atinge entre 1% e 2% das grávidas, mas pode ser fatal para a mulher e, por isso, a gestação deve ser interrompida. De acordo com a obstetra Susane Hwang, coordenadora do Programa de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual do Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo, um dos possíveis fatores que levam a mulher a uma gravidez ectópica é a pílula do dia seguinte. Segundo a profissional, o contraceptivo diminui o movimento da trompa, e caso haja a gestação, há aí esse fator de risco.

"Mas o mesmo acontece para quem usa o DIU. Agora, não significa que esses contraceptivos vão aumentar a incidência desse tipo de gestação. É considerado um risco maior", Susane explica.

Há ainda outros fatores que podem levar a esse tipo de gravidez, como o fato de a mulher já ter feito uma cesariana, ou tiver algum tipo de obstrução e endometriose, conforme lista a ginecologista e obstetra Larissa Cassiano, da clínica da Theia, especializada em gestantes, em São Paulo.

"Às vezes, há uma alteração da anatomia da pessoa caso ela tenha histórico de infecção pélvica, principalmente por clamídia, ou em quem já fez laqueadura, reconstrução da tuba ou passou por alguma cirurgia na região próxima à tuba", lista Larissa.

Os principais sintomas de uma gestação como essa são dor abdominal, normalmente do lado em que o saco gestacional está fixado, e sangramento leve, como se fosse uma borra de café. Quando o caso está mais avançado, as dores se espalham pelo abdômen e a mulher pode sentir tonturas e ter desmaios, o que pode ser sinal de hemorragia interna.

Caso a mulher tenha passado por uma situação como essa, é recomendado que ela aguarde de quatro a seis meses para tentar engravidar novamente e o acompanhamento médico precisa ser mais próximo.