Após caso de Shantal, busca por 'violência obstétrica' cresce 5x no Google

Depois que se tornou público um áudio da influenciadora Shantal Verdelho relatando ter sido xingada pelo médico Renato Kalil durante o parto, as buscas pelo termo "violência obstétrica" no Google se multiplicaram por cinco.

Dados do Google Trends enviados com exclusividade a Universa mostram que, em dezembro, mês que o caso de Shantal veio à tona, as pesquisas por "violência obstétrica" subiram 440% em relação ao mês anterior, novembro, alcançando o segundo maior nível nos últimos 17 anos.

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A pergunta "o que é violência obstétrica" cresceu 1.130% nos últimos 7 dias em comparação aos 7 dias anteriores, enquanto "episiotomia o que é" - se referindo ao procedimento de incisão na região do períneo, para facilitar a passagem do bebê, que Shantal teria se recusado a fazer - teve alta de 1.320%.

Também ficaram entre as mais buscadas as perguntas "o que caracteriza violência obstétrica?", "o que fazer em caso de violência obstétrica?" e "como processar um hospital por violência obstétrica?".

No início de dezembro, um áudio enviado por Shantal a um grupo privado de mães no WhatsApp foi se tornou público - nele, a mãe de Felippo, de 2 anos, e Domênica, de três meses, afirma que imagens gravadas durante o parto da caçula, em setembro, mostram seu obstetra, o médico Renato Kalil, proferindo uma série de xingamentos, como "viadinha", "mimada" e "faz força, porra".

Segundo informou a Universa o advogado Sergei Cobra Arbex, Shantal não tinha intenção de tornar o caso público e está "com o psicológico abalado" e "fragilizada" por conta da repercussão do caso.

Os fatos estão sendo apurados pela polícia e Kalil, que também foi denunciado por outras mulheres, nega ter ofendido ou agredido qualquer paciente.

Neste ano, a violência obstétrica também foi assunto no horário nobre da TV aberta: uma das primeiras cenas de "Um Lugar Ao Sol", novela da Globo atualmente exibida no horário das 21h, mostrou a manobra de pressionar a barriga da gestante para empurrar o bebê.

Brasil reduz pesquisas sobre parto normal e humanizado

Dados do Google Trends mostram, ainda, que neste ano as buscas por parto normal no Brasil caíram ao menor nível desde 2008, enquanto as buscas por parto humanizado chegaram ao menor nível desde 2013.

Por outro lado, as pesquisas relacionadas a cesáreas bateram o recorde dede 2004, quando o Google começou a fazer o balanço. Em 2021, o Brasil foi o sexto país do mundo que mais buscou por "cesariana".