Nomalizo Leah Tutu: mulher de vencedor do Nobel trabalhou com ele pela paz
Quando os obituários publicados hoje dizem que o arcebispo Desmond Tutu -morto aos 90 anos na madrugada deste domingo (26)— "vive por sua mulher", Nomalizo Leah Tutu, não se trata apenas de figura de linguagem.
Uma das figuras mais conhecidas na luta contra o apartheid na África do Sul, o arcebispo dividiu não apenas a vida familiar com sua companheira ao longo de mais de 60 anos, mas também o trabalho humanitário.
Bem menos famosa e divulgada do que o marido, Nomalizo Leah, 88, é professora, dedicou a vida ao trabalho social e teve participação importante na luta contra o regime segregacionista na África do Sul.
Ela viajou o mundo lecionando em igrejas, universidades e associações falando com grupos de jovens e mulheres sobre a situação de seu país. Em 1998, ao lado do marido, fundou o Desmond Tutu Peace Centre, que serviu como centro de desenvolvimento do trabalho do arcebispo -vencedor do Nobel em 1984 -pela paz mundial.
Ao longo da vida, ela ganhou diversos prêmios por sua dedicação às causas humanitárias, pelo trabalho a favor da democracia racial na África do Sul e por sua luta pela paz.
Os dois se casaram em 1955 e tiveram quatro filhos -sendo três mulheres. Possuem sete netos. Em 2015, eles renovaram os votos de casamento.
Tutu morreu na madrugada deste domingo, na Cidade do Cabo. Ele tinha câncer de próstata, diagnosticado no final dos anos 1990, mas não foram divulgados detalhes sobre a causa da morte. Nos últimos anos, foi hospitalizado em várias ocasiões para tratar infecções.
Até o final da vida, manteve a rotina de não fugir de polêmicas e de advogar por causas progressistas. Defendeu enfaticamente, por exemplo, a ordenação de padres gays pela Igreja Anglicana.
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