Autoestima sexual, profissional e do corpo: como se amar mais em 2022?
Depois da montanha-russa de emoções e transformações a que fomos submetidos em 2021, talvez uma das perguntas de ouro seja como recuperar a autoestima. Não só a relacionada ao corpo, ou seja, a autoestima estética. Em um contexto de desemprego e com cobranças de trabalho mais evidentes, as mulheres foram as que mais sofreram perdas no campo profissional, o que também impacta na autoestima profissional.
A vida amorosa e sexual, apesar de a expectativa ser de "vamos viver tudo o que há para viver" com a vacinação caminhando, podem ter ficado comprometidas: divórcios, longos períodos sem conhecer pretendentes e até mesmo a mudança corporal fizeram parte da realidade de algumas mulheres. Dá para reaver tudo isso, e começar 2022 com o amor-próprio nas alturas?
Especialistas consultadas por Universa dizem que sim. O caminho é respeitar os próprios limites e a jornada até aqui e voltar a se amar aos pouquinhos. O projeto, que pode começar neste janeiro, provavelmente seguirá pela vida inteira.
Como recuperar a autoestima feminina
Não há uma chave mágica para abrir a caixinha da autoestima dentro de nós. Mas, para a especialista em Inteligência Emocional e Produtividade Ana Kekligian, reverter o sentimento de incapacidade ou a síndrome de impostora no trabalho começa por uma estratégia: se conhecer mais.
"A mulher precisa saber de onde veio e honrar essa história. Quando há autoconhecimento, é possível olhar para os padrões de pensamentos que temos e que geram as emoções ruins que sentimos", avalia. Ela destaca que a síndrome da impostora, em que a mulher se sente insegura e uma fraude no ambiente de trabalho, é uma ideia construída ao longo da vida das mulheres e que uma rede de apoio feminino ajuda a desfazê-la para que cada uma encontre sua potencialidade.
Também é preciso entender que, ainda que estejamos em um novo ano, as adaptações ainda estão acontecendo: o retorno a atividades presenciais para alguns, a busca de emprego para os que ficaram sem trabalho são novas etapas enfrentadas individual e coletivamente. Portanto, é preciso paciência consigo mesma para que a autoestima profissional seja construída passo a passo.
"Tivemos muitos casos de burnout, o que parece ter virado uma outra pandemia", afirma a Ana, que também é coach e analista comportamental.
Então, é hora de vermos como melhorar o que já temos de bom. Para isso, vale criar pensamentos fortalecidos para mudar padrões e crenças. Ao mesmo tempo, se houver algum quadro de doença, como depressão, buscar ajuda e terapia.
E como fica a autoestima sexual? O segredo é se permitir
Se as dificuldades apareceram na vida sexual, amorosa ou mesmo no seu relacionamento com o próprio corpo, a sexóloga e escritora Gabi Benvenutti sugere que 2022 seja um ano de experiências. Permitir-se, sem deixar de lado os cuidados com a saúde (mental, emocional e física), é uma saída para aquelas que querem se sentir mais livres, sem tabus com a autoestima estética e sexual.
"No isolamento, nos olhamos mais e o encontro consigo mesmo foi inevitável", comenta. "Se há algo que incomoda, é possível se comprometer a fazer mudanças, sem choques. Se cuidar, se alimentar bem, fazer exercícios uma vez por semana é importante, principalmente para o bem-estar emocional."
Na sexualidade, experimentar também é uma alternativa possível para quem quer ter mais prazer e menos desconforto. "Conseguir se olhar no espelho, se masturbar, ouvindo um áudio ou lendo um texto que dá tesão é um jeito de fazer isso. A mulher também pode colocar uma camisola sensual, valorizando uma área do corpo de que gosta", diz Gabi, "A ideia é tirar o foco daquilo que te incomoda, senão o prazer se torna a última coisa levada em conta."
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