Criadora de app imobiliário dobrou receita em um ano: 'Ouvi que era maluca'
Tornar o mercado imobiliário mais moderno e ajudar corretores e clientes do início ao fim do processo de compra e venda: esse é o objetivo do Homer, aplicativo criado pela carioca Lívia Rigueiral, 31. "Tive a ideia de criar um negócio para transformar o processo de compra e venda de imóveis em algo descomplicado", conta a empreendedora.
A startup, que foi criada em 2016, começou como uma maneira de conectar corretores. Hoje, oferece também soluções que possibilitam que os profissionais se conectem entre si e em todo o Brasil, fazendo parcerias com a comissão garantida.
Além disso, permite que os corretores criem suas vitrines digitais de imóveis, ajuda clientes que precisam de financiamento, cuidando de todo o processo burocrático, e oferece capacitação na área. "Somos quase um concierge que cuida de tudo o que for necessário, como documentação e consulta aos bancos", explica Lívia.
Rede de profissionais que se ajudam
A empresa também criou um algoritmo que usa inteligência artificial e big data para cruzar dados de metragem, localização, conservação e outras informações para dar uma estimativa de preço justo ao imóvel.
Durante o processo de compra e venda, a startup faz as fotos profissionais dos imóveis e participa da divulgação. Em contrapartida, fica com 20% da comissão sobre as vendas. Já o corretor que conseguiu o cliente fica com 50% do valor, e 30% vai para o corretor que apresentou o imóvel. Assim, a empresa consegue criar uma rede de profissionais que se ajudam.
"No início, tivemos dificuldades porque o mercado imobiliário no Brasil não funcionava no modelo de parcerias. Há muita concorrência entre os corretores. Cheguei a ouvir que era maluca, que estava criando um negócio que não ia funcionar", conta Lívia.
Mas deu certo. Hoje o aplicativo tem mais de 60 mil corretores cadastrados. Só em outubro, foram mais de 56 mil imóveis incluídos na plataforma — em 2021 todo foram 183 mil. A startup já gerou mais de 95 mil oportunidades de negócios e registrou um crescimento de 94% na receita em relação ao ano passado.
A meta agora é chegar a 160 mil corretores cadastrados, além de aumentar a quantidade de serviços disponibilizados. "Tudo o que for necessário para transformar o processo de compra e venda em algo rápido e descomplicado, o Homer está no jogo. Acreditamos muito que esse mercado pode ser beneficiado ainda mais", ressalta a empreendedora.
"Por ser mulher, foi difícil mostrar que empresa era promissora"
Desde o início, a ideia é levar tecnologia e inovação para o setor imobiliário nas diversas etapas da jornada: da captação, preparação do imóvel e parceria com outros corretores ao financiamento, divulgação e expansão de clientes. Mas esse foi justamente o maior desafio.
"Trata-se de um setor que não costuma usar muito a tecnologia. Os corretores tinham medo de ser substituídos por novas soluções. Tivemos que mostrar que viemos para facilitar, não para roubar o trabalho deles", ressalta.
Segundo a empreendedora, estar em um mercado ainda predominantemente masculino não é uma tarefa fácil. "Para se ter uma ideia, até 1958, as mulheres eram proibidas de atuar como corretoras de imóveis. Por eu ser mulher, foi muito difícil mostrar que o Homer era uma empresa promissora", conta.
Resiliência, na visão da empreendedora, foi fundamental nesse sentido "Entramos em um setor que foi o mesmo por 50 anos e colocamos tecnologia em muitas etapas, fazendo algo que os corretores não estavam acostumados. Mudar a cultura é muito difícil. Se eu tivesse desistido a cada 'não', nós não estaríamos fazendo algo tão legal e que gera tanto valor para esses profissionais", ressalta Lívia.
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