Aliado no prazer: 5 tabus sobre lubrificante que precisamos rever
A "tour do lubrificante" da atriz Carla Diaz rendeu nas redes sociais. A ex-BBB mostrou o produto em cima do móvel ao lado da cama, em um Stories do Instagram e, pronto: muita gente comentou que é comum usar o produto para que o sexo fique mais "deslizante".
Mas, não é assim para todo mundo. Como prazer, principalmente o feminino, ainda é tabu, Universa conversou com a sexóloga e escritora Gabi Benvenutti para entender por que o lubrificante gerou tanta repercussão e os "mistérios" que ainda ficam em órbita do item.
Gabi explica que a primeira ideia a se romper é de que o gel vale apenas para quem está disposto a fazer sexo anal: ele serve para penetração vaginal, massagens no pênis e na vulva, sexo oral e outros usos sensoriais.
"O sexo é algo sinestésico e há esse imaginário de que é só para anal, mas precisamos ver o produto com funcionalidades mais amplas".
Tabus sobre lubrificante: sexóloga explica como rompê-los
Aliado em relações heterossexuais e homossexuais, o lubrificante nem sempre está no "kit" de quem tem uma vida sexual ativa (a cantora Anitta, no entanto, já nos ensinou que para ela é um item obrigatório).
Para a sexóloga Gabi Benvenutti, há preconceitos que relacionam o produto à "dificuldade de se excitar" de mulheres; quando, na verdade, ele é uma ferramenta que ajuda a melhorar a transa, ao deixar os movimentos mais confortáveis durante o sexo. Vale, então, rever as seguintes questões:
Se a mulher quer usar lubrificante, não é porque não está excitada
"A lubrificação varia entre as mulheres e não quer dizer que ela não esteja sentindo prazer. Ela depende de muitos fatores, como o dia do ciclo menstrual, o bem-estar emocional... Quando se usa preservativo masculino, também é normal que a lubrificação vaginal diminua com a fricção, que a camisinha resseque", define a sexóloga.
É nessa hora que entra o produto: ele pode ser passado na vulva e na glande peniana.
Com sabor e efeitos diferentes em lubrificantes, um deles pode ser "atrativo"
A ideia de usar lubrificante pode ser um estímulo para os parceiros tentarem inovar e experimentar na hora H. Não curte tanto sexo oral? Conversando com o parceiro e testando alguns produtos com sabor, a prática pode ficar mais interessante. "Ele é mais uma possibilidade, que deve ser vista como avanço e não retrocesso. Pode ser até algo sexy", defende a sexóloga.
É preciso, no entanto, ter atenção a itens que sejam aprovados pela Anvisa e que não alterem o pH vaginal. É recomendado orientação médica para a escolha do produto.
Homem também precisa ter lubrificante em casa
"É comum os homens terceirizarem a compra de lubrificante, mas ter em casa é um ato de cuidado com a parceira ou parceiro, para proporcionar o melhor para a outra pessoa", diz Gabi.
Se você acredita que cuspe e saliva podem ser usados na vulva ou no ânus antes da penetração, aqui vai o alerta: não é recomendado e não substitui o lubrificante na fricção. Nem mesmo outras soluções alternativas, como óleos comuns para o corpo, loções e óleo de coco (ele pode comprometer a eficácia de preservativos feitos de látex).
Não vale só para anal, apesar de ser fundamental na prática
A região anal não tem lubrificação natural. Por isso, o sexo com penetração anal precisa de doses de lubrificante, que podem ser reaplicadas durante o ato, caso haja necessidade.
Sugerir o uso para o parceiro ou parceira deve ser natural
"Apesar de falarem que é normal, falta a gente internalizar isso", explica a sexóloga. "Os parceiros devem entender que é algo bom, que pode ajudar no orgasmo, há alguns que retardam a ejaculação".
Aproveite para mostrar a possibilidade do uso ao parceiro, o que pode ser satisfatório para todos os envolvidos. "Mostrar as funções, dizer que quer experimentar é válido, porque essas ferramentas otimizam as relações e as pessoas precisam ter liberdade para usar".
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