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Como prefere Jessilane, do 'BBB': o que significa ser 'mandada' no sexo?

BBB 22: Jessilane revela voto na primeira votação - Reprodução/Globoplay
BBB 22: Jessilane revela voto na primeira votação Imagem: Reprodução/Globoplay

Júlia Flores

De Universa

25/01/2022 14h49

O clima do "Big Brother Brasil" esquentou na madrugada desta terça-feira (25) depois de uma conversa sobre sexo entre os participantes da edição 22. Durante o papo, alguns brothers revelaram suas posições favoritas na cama. Teve até quem falou "frango assado", mas a resposta que chamou atenção foi a da bióloga Jessilane.

"Gosto de ficar bem de boa, curtindo a vibe. Eu gosto de ser mandada, gosto que façam as coisas comigo", disse a sister. "A posição que eu mais gosto é de quatro, porém tenho preguiça", adicionou.

A confissão de Jessilane levantou uma discussão sobre o tema. Afinal de contas, "ser dominada" é sinônimo de "ficar de boa" e fazer menos esforço no sexo? E o que fazer se quiser perder a preguiça na hora da transa? Ouvimos duas sexólogas para responder a essas questões.

Qual é o papel da submissa no sexo?

Ana Canosa, colunista de Universa e apresentadora do podcast Sexoterapia, comenta que as posições de submissa e dominadora são atravessadas pelo poder, ou seja um parceiro pode mandar e outro deve obedecer. "Ter características de submissa não é só ser mandada. Tem também a narrativa que se constrói na hora do sexo, algumas práticas, tem um 'fica quietinha', 'não se mexe', às vezes rola até alguns xingamentos", explica.

"Achei curioso que ela sente preguiça de ficar de quatro, o que tem mais relação com o lance de 'não se mexer muito' do que com uma preferência sexual", acrescentou Canosa.

Na papo que rolou nessa madrugada no BBB, outra sister chamou atenção ao abrir o jogo sobre sua preferência sexual. A designer de unhas Natália disse que gosta de ser amarrada. "Meu sonho é um homem que nem o Christian Gray", brincou a mineira, com referência ao filme "50 Tons de Cinza". Esse desejo de Natália, portanto, pode ser encaixado no conceito de práticas de submissão.

Para a sexóloga Gabi Benvenutti a discussão sobre ser submissa engloba fatores culturais, uma vez que a mulher é ensinada a ocupar um lugar de passividade na cama. "Somos ensinadas a esperar, a receber, a não procurar, a não se colocar em uma postura de ataque porque isso não é feminino", refletiu.

E se quiser espantar a preguiça?

"Muitas mulheres nem sabem que elas também conseguem ser ativas", pondera Gabi. "Elas pensam 'como é possível ser ativa se eu sou penetrada'? Não temos referências de mulheres ativas na cama nem na pornografia tradicional, só quando o filme é de fetiche".

"Se quiser espantar a preguiça é preciso se estimular", orienta a sexóloga, que dá dicas: "Veja um filme erótico, leia um conto erótico. Quanto mais você faz, mais sente vontade de transar. Tente não pensar em outras coisas na hora do sexo, se você tem que levantar amanhã cedo, se tem tempo sobrando ou não", diz.

Ao contrário do que o senso comum indica, mostrar-se mais ativa na cama durante uma relação sexual com penetração não se resume a transar sempre na posição em que a mulher fica por cima do homem.

"A expressão corporal ajuda bastante no sexo — tanto para o parceiro quanto para o nosso próprio prazer. Até quando ela está numa posição de passividade, de lado, de bruços, ela pode movimentar o quadril, ajudar nesses movimentos para que eles sejam mais intensos e prazerosos, explorar o corpo do parceiro, entre outras coisas".