Camisa só em loja masculina? Marca 'estilo Agostinho Carrara' revê padrão
Se há um homem da ficção que une todas as tribos em volta de sua personalidade despachada e treteira, esse homem é Agostinho Carrara, personagem interpretado pelo ator Pedro Cardoso na segunda e marcante versão de "A Grande Família", da TV Globo. Inspirada no estilo do taxista, a designer de moda Fernanda Matos, de Feira de Santana (BA), criou uma marca de roupas em que as estampas florais e com listras têm, sim, seu valor: a Carrara.
Camisas de botão são o carro-chefe da produção que leva o sobrenome de Agostinho. Mulher lésbica, Fernanda faz as roupas para todos os corpos e todas as pessoas, mas entende que entre mulheres que gostam de mulheres os produtos têm apelo, já que muitas se sentem insatisfeitas com as modelagens de camisas feitas para homens. "Desde a faculdade brincava com algumas amigas que tínhamos de fazer uma marca que traduzisse o estilo dele, porque, aliás, a gente se vestia igual a ele".
As peças feitas sob medida são do movimento slow fashion; isso significa que a confecção é feita de forma mais lenta. Fernanda mostra quais estampas estão disponíveis, pede as medidas da pessoa, e a roupa é costurada por ela, em seu próprio ateliê.
Estilo brega?
Para a designer de moda, a inspiração em um "ícone pop da cultura brasileira" reflete o que vê nas ruas: gente que não se preocupa em usar diferentes estampas no mesmo look e que gosta de explorar a moda para se expressar. Além de Agostinho, Fernanda conta que tem como referência a designer de interiores norte-americana Iris Apfel, conhecida por seu estilo maximalista e colorido.
"É o que se chama kitsch, que surge ali na Revolução Industrial, e que era visto como brega. E até marcas como a Gucci e a Dolce & Gabbana têm algumas peças floridas assim", diz a criadora da loja.
Com a tarefa de assegurar que Agostinho também pode ser ícone fashion, ela apresentou seu último projeto da faculdade de moda com peças Carrara. Em 2019, passou a costurar a pedido de clientes.
Público formado por lésbicas
Parte da divulgação da Carrara também contempla mulheres que não se veem tanto nos símbolos de feminilidade e preferem usar roupas associadas ao closet masculino. "Mas o que se vende para homens nem sempre veste bem, porque temos seios maiores, quadris mais largos. Pode até rolar um constrangimento para quem vai em uma loja física e quer experimentar algo da seção masculina, porque atrai olhares", explica.
Cada camisa custa a partir de R$ 159, e a marca tem outros itens, como conjuntos, quimonos e shorts.
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