Aborto e educação sexual são temas debatidos em encontro com Marta Suplicy
Rodeada de cerca de 30 mulheres, entre elas a ex-primeira dama da cidade de São Paulo Ana Estela Haddad, da senadora e pré-candidata à presidência Simone Tebet (MDB/MS), a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy colecionou, nesta sexta-feira (28), propostas para políticas voltadas às mulheres, como aumento da licença-maternidade e direito ao aborto, visando as eleições 2022.
Hoje secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Marta propôs o encontro, chamado de "Juntas pela democracia", para reunir três propostas de cada convidada numa carta aberta e publicá-la futuramente em um site.
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por exemplo, lamentou que o país verá poucas mulheres na disputa nessas próximas eleições. "Isso é muito ruim. Acho que a gente tinha que rediscutir esse ponto", ela afirmou.
Irmã da vereadora do PSOL-Rio Marielle Franco, assassinada junto ao seu motorista em 2018, Anielle Franco propôs mais programas nacionais para a proteção de defensores dos direitos humanos.
"Acho que vale lembrar que, com muito orgulho, sou irmã de Marielle Franco, brutalmente assassinada com cinco tiros na cabeça, fruto da violência política", ela disse.
Mestra em educação pela USP e colunista da "Gama Revista", Bianca Santana defendeu mais liberdade para a mulher falar sobre seu corpo. "A gente vive um momento no Brasil em que não podemos mais falar sobre o aborto, e isso é um grande problema. A gente precisa falar sobre nossos direitos reprodutivos."
A advogada especializada em direito penal, administrativo e público Cecília Mello corroborou, e propôs que o aborto seja analisado prioritariamente sobre a ótica social e de saúde pública.
"O aborto necessita urgentemente de um novo olhar do poder público. Ele precisa ser compreendido como um direito, ser aceito como uma decisão de foro íntimo de quem o escolhe", ela opinou.
Cecília lembrou ainda das mulheres encarceradas, e pediu por mais zelo a esse público: "A solidão das mulheres presas é uma coisa horrível. Os homens são cuidados nas penitenciárias porque as mulheres vão visitar. Já as mulheres estão abandonadas nas prisões."
Colunista da "Folha de S.Paulo", a ex-diretora Global de Educação do Banco Mundial Claudia Costin sugeriu uma disciplina na educação básica para estimular que meninas e meninos desenvolvam habilidades para a vida em sociedade:
"A chamada ideologia de gênero, o ódio entre meninos e meninas não nasce com a criança. Os meninos se tornam violentos com as mulheres reproduzindo coisas que viram, então é muito importante uma disciplina para as meninas e os meninos aprenderem a riqueza que existe em ser menino e menina."
Além dessa proposta, Claudia também sugeriu ampliar a licença-maternidade de 4 para 6 meses para a amamentação exclusiva, e também o da licença-paternidade, de cinco dias para "pelo menos um mês", para a criação de vínculo entre pais.
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