Pedir despedida de "contatinho" antes de namorar é traição? Psicóloga opina
O que você diria se um ficante propusesse uma "despedida" do sexo casual antes de ele mudar o status de relacionamento e começar a namorar outra pessoa?
Parece história de filme — inclusive, há um, o "Maldita Sorte", que narra a história de um homem que sempre vê a ex-namorada encontrar o "amor verdadeiro" após terminar com ele —, mas é real.
No Twitter, o post do criador de conteúdo Levi Kaique Ferreira sobre o tema suscitou um debate: se a pessoa já está prestes a namorar e vai atrás de uma última oportunidade de se relacionar com outro, isso é considerado traição?
"Despedida" antes de namorar tem problema?
Desde que os aplicativos de relacionamento tornaram os encontros "menos burocráticos", ter uma lista de pessoas com quem se relaciona ocasionalmente passou a ser comum para algumas pessoas. Mas, quando a coisa fica séria com alguém, o que fazer com os matches, as mensagens trocadas no WhatsApp e os outros romances?
Para alguns, é difícil aprender a dizer adeus. É o que conta a escritora Amanda Lima, que namora há um ano, mas ouviu de um "contatinho" que queria uma última noite com ela — o que foi prontamente negado pois, na perspectiva dela, ficar com outra pessoa enquanto tem interesse e intenção de namorar outra é traição.
"Quando falei para o contatinho que estava conhecendo alguém sério e não queria mais sair com ele, ele falou sobre a tal da despedida: 'Vamos nos ver mais uma vez'. Mas, para mim, se estou saindo com alguém com quem tenho interesse em manter algo monogâmico e exclusivo, isso seria traição", explica a Universa.
A servidora pública Paula Apoloni nunca pediu ou foi alvo de pedido de última transa antes de entrar em um namoro. Para ela, que está solteira e também comentou na publicação de Levi, não haveria problema nessa situação, a depender do combinado com o futuro parceiro. "Não penso que é o fim do mundo. A pessoa está solteira, não tem comprometimento com a outra. Ao mesmo tempo, sei que alguém com mais ciúme não iria aceitar. Mas eu não terminaria uma relação se soubesse que o cara pediu para ter uma despedida com alguém".
Querer "solteirice" até o final requer reflexão, diz psicóloga
Para a psicóloga Elisangela Pereira de Lacerda, o planejamento de uma despedida da "solteirice" não tem um valor moral de certo ou errado. Mas entre casais que se pretendem monogâmicos, diz a psicóloga, é preciso refletir o que o relacionamento fechado significa e no que se baseia a vontade de começar o namoro.
"Se a pessoa pensa em ter uma despedida, vale ela se perguntar se quer entrar no relacionamento, de fato. Porque pode haver uma vontade de reafirmar que 'não é de ninguém' nessa atitude".
Para a psicóloga, desenhar as estruturas do relacionamento e vê-las não como uma prisão, mas como uma escolha, pode ser uma saída. "É curioso porque essa ideia de prisão também se aplica às despedidas de solteiro antes do casamento, nas quais se fala muito sobre o que se abre mão para casar. Geralmente, com uma cultura machista por trás".
"Saidinha" inevitável?
Caso a "saidinha" ou o "adeus" sejam inevitáveis, analisa Elisangela, é indicado que o parceiro ou a parceira coloquem na balança como isso pode afetar as outras pessoas envolvidas. "Você vai contar para o parceiro? Ele também poderá ter despedidas? Tudo é uma questão de ética pessoal. Sem contar que é preciso também deixar claro para o contatinho que vai ter aquilo com ele, mas terá um relacionamento sério com um terceiro".
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