'Doce 22' chega a 1 bilhão de streams: 22 frases feministas de Luisa Sonza
O álbum "Doce 22", o segundo de Luísa Sonza, atingiu hoje 1 bilhão de streams nas plataformas digitais. E a cantora celebrou a marca, inédita no Brasil, com um texto de agradecimento no Instagram, dizendo que "fala com o coração" nas 14 músicas e que elas lhe tiraram "diversos medos e sofrimentos".
De fato, "Doce 22" é um trabalho bastante pessoal: algumas letras narram os ataques que a cantora sofreu na internet após o fim do casamento com o humorista Windhersson Nunes, em 2019. Chamada de "puta, vagabunda e interesseira", a cantora usou essas palavras em suas letras, que falam sobre o processo de adoecimento mental pelo qual passou, em decorrência dessa violência.
Em entrevista concedida a Universa em 2021, a própria Luisa falou sobre a importância do álbum em sua carreira, também por abordar temas como machismo, liberdade sexual e independência financeira.
"Acredito na força feminina, mas nossa força é o tempo todo silenciada. A gente é tachada de um monte de coisa, mas eu vou, a vida inteira, falar para cada mulher que eu encontrar que ela é foda", disse.
Para celebrar o marco da "Boa Menina", relembre 22 lições feministas de Luísa Sonza:
Ataques virtuais
Uma das letras mais impactantes do segundo álbum de Luísa é a de "Interesseira", em que ela reproduz os xingamentos que mais ouviu nos últimos anos e que a impactaram muito emocionalmente, como disse a Universa.
1. "Puta, vagabunda, interesseira/ Eu fazendo meu trabalho/Escutando só besteira."
2. "A gente é tachada de um monte de coisa, mas eu vou, a vida inteira, falar para cada mulher que eu encontrar que ela é foda", disse, a Universa.
Independência financeira
Na letra de "VIP", que também está em "Doce 22", Luísa Sonza lembra quando apareceu na capa da "Forbes" como uma das personalidades mais promissoras com menos de 30 anos no Brasil. Em entrevista a Universa, a cantora diz que ter aparecido na revista foi um marco em sua carreira.
3. "Capa da 'Forbes', eu sou dona do bagulho/ Nesse baralho sou rainha e o rei, hey"
4. "Sou milionária e ganho tanto quanto meu marido", disse, na época, nas redes sociais, em referência à insistente comparação que faziam entre ela e o humorista Whindersson Nunes.
5. "Foi a prova de que todas as coisas que falavam de mim eram inválidas. Passaram a entender o quanto não veio de graça. Hoje, me reconhecem como uma empresária musical e não só alguém que canta", disse, em 2020, a Universa.
Liberdade sexual
Em "2000 s2", música de "Doce 22", Luísa fala abertamente sobre sexo oral em mulheres e menciona bocas e lambidas, em referência à prática, que ainda aparece muito pouco em produções culturais.
6. "Cala a boca e bota a boca aqui/ Tava doido pra me engolir/ Tá melado do açúcar/ Que te entorpece/ E que te vicia em mim."
7. Continua me lambendo assim/ Esfregando essa língua em mim/ Desse jeito vou chegar no fim."
Pouco depois do lançamento do álbum, a cantora disse que suas músicas sobre sexo são as que mais "passam um recado".
8. "Mulheres são criadas para ter vergonha do próprio corpo. As escolhas sobre ele são tiradas de nós desde muito cedo. Acho que isso vem do poder da nossa sexualidade, de gerar uma vida", diz.
9. "Minhas músicas sobre sexo são as que mais têm mensagem, porque nossa sexualidade é nossa maior força. Quando temos controle do nosso corpo, podemos controlar tudo", afirmou.
10. "Homens cantam sobre sexo, sobre o corpo feminino, e está tudo bem. Quando a gente faz isso, parece que temos que sentir vergonha."
11. "A gente vê muita música em que não somos protagonistas, aquelas 'quando eu mandar, você senta'. Não estou falando mal das outras músicas, mas, no meu caso, sou eu que estou no centro do tema."
Protagonismo feminino
12. "Elas te obrigam a ser pequena/ Elas te obrigam a se desfazer/ Do que você é, das suas peças/ A se desencaixar de você mesma pra se encaixar/ Em um lugar que você nem pertence."
13. "Baby, eu não nasci pra ficar na cozinha/ Já sou rainha por aqui faz tempo/ E hoje nessa selva eu vou caçar no seu lugar."
Esses são trechos que Luísa Sonza declama em "Interlude" e "Mulher do Ano", ambas músicas de "Doce 22". Para ela, mulheres se empoderam a partir do momento em que afirmam seus desejos:
14. "O empoderamento está por trás de nós, mulheres, falarmos o que queremos e estarmos no protagonismo da coisa."
A importância do feminismo
A Universa, a cantora, que se declara feminista, fala sobre a relevância do termo.
15. "Há resistência por falta de entendimento do que é feminismo, consciência feminina. E há deturpação —de pessoas que levantam a bandeira, da própria bandeira e até da palavra feminismo."
16. "Se a pessoa for ler o significado da palavra, não será contra. Feminismo é equidade entre gêneros."
17. "Alguém que tenha o mínimo de amor pelo próximo e por si mesmo não é contra isso. Mas a ignorância, as fake news e a deturpação trazem essa resistência."
18. "Entendo que quanto mais nós, pessoas públicas e imprensa, levarmos informação de qualidade, melhor. A gente vai contribuir para uma sociedade melhor e mais saudável."
Mas ela contou, em entrevista ao jornal "O Globo", que também demorou para entender o significado e a importância da luta das mulheres:
19. "No começo, eu não entendia por que isso estava acontecendo comigo, mas depois vi que era por eu ser mulher. Por isso abracei a causa e vejo o quanto o feminismo é benéfico para todos."
20. "Hoje, quando vejo a quantidade de mulher se identificando com o que eu dizia sobre machismo, me toca de maneira muito forte. Acredito na força feminina, mas nossa força é o tempo todo silenciada", disse, depois, em entrevista a Universa.
Diversidade e representatividade
Embora seja parte da comunidade LGBTQIA+ por ser bissexual, Luísa entende que seu trabalho pode ajudar a incluir muito mais diversidade no mundo da música, e falou sobre isso durante participação no OtaLab, programa de Otaviano Costa no UOL.
21. "Quando eu subo no palco, não é suficiente só eu estar lá em cima. Eu sou mulher, mas eu sou cis e sou branca, então eu tenho muitos privilégios. Quando puder dar voz para outras mulheres e outras pessoas, quando puder colocá-las em lugar de destaque, farei isso."
22. "A importância da representatividade e também de reconhecer essas pessoas é muito grande, mas não acho que seja uma coisa de que eu deva me vangloriar. Essas pessoas [que trabalham com ela] estão no lugar que elas merecem."
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