Caso Marotti: réu por duplo feminicídio vai a júri popular; relembre
Será julgado amanhã (8/2), em Nova Friburgo (RJ), Rodrigo Alves Marotti, acusado de duplo feminicídio por ter matado há pouco mais de dois anos a ex-namorada, a artista plástica Alessandra Vaz, e a amiga dela, Daniela Mousinho.
Em outubro de 2019, Marotti, hoje com 33 anos, teria trancado Alessandra e Daniela no banheiro da casa da artista plástica, no bairro de Mury, e ateado fogo no imóvel. Ele teria, inclusive, bloqueado a saída com um colchão em chamas para impedir a fuga delas.
As duas mulheres, que tinham 47 anos, chegaram a ser retiradas do local com vida por vizinhos e conseguiram apontar Rodrigo Marotti como autor do crime, mas não resistiram aos ferimentos. Daniela morreu no dia seguinte e Alessandra dois dias depois, ambas com 80% dos copos queimados.
Marotti, portanto, se tornou réu por duplo feminicídio. O engenheiro tentou fugir do local do crime, mas foi preso logo depois, em flagrante, e aguarda julgamento em uma unidade prisional no Rio de Janeiro.
Amanhã, a partir das 10h30, ele será submetido a júri popular na 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, em sessão presidida pela juíza Simone Dalila Nacif Lopes.
Às vésperas do julgamento, Andresa Vaz, irmã de Alessandra, deu início a uma campanha nas redes sociais pedindo pena máxima a Rodrigo Marotti. Ela conta com o apoio de Luiza Mousinho, filha de Daniela.
"A pena máxima vai servir de exemplo para que outros homens não cometam. Não é só por justiça pela Lê [Alessandra] e pela Dani, essa campanha é por todas as mulheres, por nenhuma mulher a menos", disse, em vídeo publicado no Instagram.
Femícidios no Brasil
O Brasil é o quinto país no ranking de índice de feminicídios em todo o mundo. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública relativos ao primeiro semestre de 2021 mostram que, por aqui, uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas - isto é, em média quatro mulheres morrem todos os dias apenas por serem mulheres.
Assim como aconteceu com Alessandra e Daniela, 75% dos casos de feminicídio no Rio de Janeiro ocorrem dentro de casa e 78% das vezes quem comete o crime é o ex-companheiro da vítima - os dados fazem parte do Dossiê Mulher 2021, do Instituto de Segurança Pública.
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