Diabetes gestacional: 'Pista foi sentir muita sede', diz Sabrina Petraglia

Depois de engravidar duas vezes e ser diagnosticada com diabetes gestacional em ambas, a atriz Sabrina Petraglia, que viveu Micaela na novela "Salve-se Quem Puder" (Globo), resolveu se antecipar e pedir ajuda profissional assim que descobriu estar grávida do terceiro filho, que deve nascer em abril.

A atriz de 38 anos, que já é mãe Gael, 2, e Maya, 1, conta que tomou um susto ao ser diagnostica pela primeira vez. "Não tinha nenhum sintoma. A única coisa que talvez poderia ser uma pista era o fato de eu sentir muita sede. Fiz o exame de curva glicêmica, que indicou o nível de glicose muito alto", fala Sabrina.

O primeiro filho da atriz nasceu prematuramente, e o segundo, pesando mais de 4kg. As duas situações estão ligadas à diabete gestacional, que pode levar ao ganho de peso excessivo para mãe e para o bebê e ao parto prematuro, como no caso dela, e a outros problemas, entre eles malformações e aumento do líquido amniótico.

"Não queria correr esses riscos outra vez", diz Sabrina. Por isso, desde o início da atual gestação, procurou uma nutricionista materna. "Agora, já comecei a prestar atenção nisso mesmo antes de um diagnóstico. Meço minha glicose depois das refeições, mantenho uma alimentação equilibrada e pratico atividade física. Agora estou na natação", conta a atriz.

Aumento de glicemia, idade e genética podem ser causas

A especialista procurada por Sabrina, Marina Mestieri, pós-graduada em nutrição funcional materno-infantil, explica que a diabetes gestacional pode ser uma condição genética, como aconteceu com a atriz, ou decorrente do aumento da glicemia, comum nas gestações.

No primeiro caso, o gene está silenciado e, na gravidez, acaba se expressando porque há muitas mudanças metabólicas e fisiológicas. Já o segundo acontece porque o nível de açúcar no sangue da gestante precisa subir para garantir que o bebê não apresente hipoglicemia. Outra causa pode ser a ingestão exagerada de carboidratos e doces.

A endocrinologista Jacira Caracik de Camargo Andrade, diretora da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo) alerta que outros fatores sinalizam uma maior predisposição para que esse problema apareça, como idade materna avançada e obesidade.

A médica explica também que uma paciente que teve a diabetes gestacional após os 40 anos tem mais chances de desenvolver a doença do tipo 2, quando o corpo não absorve insulina de forma adequada. Algumas mulheres continuam também com as taxas elevadas depois do parto. Há estudos que indicam o uso de medicamentos em mulheres grávidas, inclusive algumas insulinas mais modernas, aponta.

A indicação das especialistas é prestar atenção na alimentação e, por mais simples e óbvio que pareça, tomar muita água. Outra orientação importante é manter uma frequência de exercícios físicos, mesmo que leves. Segundo Mestieri, os casos de diabetes gestacional vêm aumentando, principalmente, por causa da má alimentação das pacientes.

Quais são os sintomas mais comuns?

Sentir-se mais cansada, ganhar peso excessivamente, ter mais apetite, mais sede e mais vontade de ir ao banheiro, sentir a boca seca, náuseas e a visão turva são os principais sintomas da diabetes gestacional.

Vale ressaltar que muitos casos são assintomáticos, sendo necessário realizar exames de diagnóstico para identificar e confirmar o problema e, assim, tratá-lo, diminuindo risco de complicações.

Como é feito o diagnóstico?

Esclarece que se a paciente, no início da gestação, apresentar o índice de glicemia entre 92 e 125, em jejum, o tratamento para controlar o açúcar na alimentação já deve ser iniciado, indicando uma possível diabetes gestacional.

"Por volta da vigésima quarta semana da gravidez, ela será submetida a um novo exame. Se uma hora depois de ingerir a glicose o número for maior do que 180 ou se, depois de duas horas, estiver acima de 153, é diagnosticada a diabetes gestacional", explica a endocrinologista Jacira Caracik de Camargo Andrade.